A VOLTA DA MORTALIDADE INFANTIL: Com Teto De Gastos Índice Cresce Novamente.

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Pelo segundo ano consecutivo, os índices de mortalidade infantil pioram no Brasil. Como afirma a redação da Rede Brasil Atual, “Um enorme esforço do governo federal e da sociedade civil durante 15 anos para diminuir as taxas de mortalidade de bebês e crianças começa agora a ser desfeito, às custas do argumento do ajuste fiscal promovido pelo governo de Michel Temer. Depois de mais de uma década com quedas consecutivas, a taxa de mortalidade na infância (proporção de óbitos de menores de cinco anos para cada mil nascidos vivos)”, que subiu 11% em 2016, em relação ao ano anterior. Os dados foram tabulados pela Fundação Abrinq, a partir de informações do Ministério da Saúde/DataSUS, IBGE.

Outro estudo, feito por analistas ligados à Fiocruz e divulgado nesta terça-feira, pela revista científica norte-americana PLoS Medicine, sobre a mortalidade infantil no Brasil. O aponta que o congelamento de gastos planejado pelo Governo de Michel Temer como resposta à crise econômica poderá ter um impacto direto na mortalidade de crianças.

Os pesquisadores fizeram uma simulação de quantas mortes de menores de cinco anos poderiam ser evitadas até 2030 caso os programas Bolsa Família e Estratégia de Saúde da Família tenham seus orçamentos aumentados de forma proporcional ao acréscimo no número de pobres no país. Seriam 19.732 mortes a menos até 2030 em comparação com o cenário mais provável, o de que os orçamentos aumentem apenas segundo a inflação do ano anterior, como prevê, de forma global para todas as pastas do Governo, a Emenda Constitucional 95 (antiga PEC 241). Apesar da extrema pobreza ter subido 11% o orçamento do Bolsa Família previsto para este ano é menor do que o do ano passado, com uma demanda ainda maior no número de famílias .

“Quando você congela os gastos, ou seja, os ajusta de acordo com a inflação, você não consegue manter o nível de proteção social que você tinha antes”, diz Davide Rasella, do Instituto de Saúde de Coletiva da Universidade Federal da Bahia e principal autor do estudo, para a redação do El País.

Segundo ele, a matemática não fecha porque há três dinâmicas sociais que não estão sendo ajustadas: primeiro, o crescimento populacional que faz com que se tenha menos dinheiro por pessoa. Depois, o envelhecimento populacional, dinâmica importante tanto para a assistência social como para a saúde. E, ainda, a inflação da tecnologia da saúde, que faz com que os custos da área aumentem a cada ano.

Uma boa exposição destes dados e conclusões encontra-se nesta detalhada matéria do El País.

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Fontes mencionadas; Imagem: “Bem Blogado”. Organização Mário Breves.


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