Disputas internacionais e eleição no Brasil. UM JOGO BRUTO

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O Ministério do Comércio da China afirmou nesta quinta-feira que o país adotará “medidas direcionadas”, em resposta às ações recentes dos Estados Unidos na área comercial. “Os EUA têm provocado e continuamente reforçado a guerra comercial, o que traz grandes desafios à cooperação bilateral econômica e comercial”, disse em entrevista coletiva regular Gao Feng, porta-voz da pasta

Em 09 de julho, a Chanceler Alemã Ângela Merkel, ao lado do Primeiro Ministro Chinês, Xi Jinping, afirmou que a Europa está pronta para a guerra contra os EUA.

De Berlim, Alemanha e China estariam condenando o mundo à uma nova ecatombe? Acalme-se prezado leitor. Estamos falando de uma guerra comercial. Não estamos tão mais seguros por isso, mas ela já começou há um bom tempo.

Enquanto estamos discutindo, no Brasil, sobre o tamanho e a relevância do Estado, as evidências estão expostas na mesa.

A defesa liberal defende que Estado deveria se distanciar das questões econômicas do Mercado e deixar de intervir nas liberdades dos cidadãos, em especial na suas relações comerciais. Grande defensor desse discurso, os Estados Unidos encontra-se entre os países que mais envolvimento mantém entre Estado e economia. A causa é simples e compreensível: todos os países o fazem.

A par das apologias à liberdade econômica, vemos em 2018, desde a posse de Donald Trump (Jan/17), um complexo cenário nas relações externas comerciais. Eleito no seio do capitalismo moderno com um discurso contrário à retórica típica, Trump reafirmou perante seus eleitores e aos olhos do mundo o papel do Estado na formação de capital, no controle do fluxo de mercadorias da balança comercial, na geração de empregos, no valor da moeda e, até, a da escolha de locação de Recursos pelas empresas privadas. Declarou guerra à desregulamentação que levou os Estados Unidos e o Mundo à grande crise de 2008. Mas como ressaltamos, ele não está sozinho.

Além das declarações conjuntas, de Alemanha e China nesta manhã, a Ministra de Relações Exteriores Canadense, Chrystia Freeland, declarou que o Canadá não teria outras opções senão defender sua nação das ofensivas estadunidenses.

Na virada do mês, seu país passou a intervir na comercialização de uma lista de produtos estadunidenses, como tubos, cabos, portas, pregos e esquadria. Bobagens? Totalizam uma alteração de 48,9 bilhões de reais. Em vigor desde o dia 1°, ameaçam tarifar carros dos EUA: “Não procuramos uma escalada, mas tampouco retrocedemos”, advertiu.

A postura dos EUA é clara: influir no câmbio, balancear subsídios internos, distribuir aumento de tarifas à diversos países e embargar sem receio iniciativa privadas de fusões ou venda de ativos. Antes mesmo da cúpula do G7, há exato um mês, Jean-Claude Juncker, presidente da UE, já afirmava que seria “a reunião mais difícil em anos”. A imprensa não conseguiu exibir ninguém saindo feliz de lá. É uma guerra meus amigos. O Estado está no centro dela, não como promotor, mas com os únicos mecanismos de defesa viáveis. Todos querem liberdade naquilo que percebem ser capazes de subjugar o adversário.

A nós cidadãos, com necessidades básicas de consumo, só cabe um recurso: identificar aquele que melhor preparado estiver para agir nessa disputa e eleger alguém da luta. Porque o jogo é bruto!

 

Informações de Le Monde, Jornal do Brasil e Le Fígaro.


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