IPCA JUNHO: Inflação Pesa Sobre o Mais Fraco

Gostou? Compartilhe!

Comparação Histórica: Mês, Ano, Origem dos registros no Plano Real

A inflação medida pelo IPCA para o mês de junho veio dentro das expectativas do mercado: ou seja, de acordo com o Ipea a inflação das famílias de menor renda, em junho, foi mais que o triplo da registrada em maio. Provavelmente agradou também ao governo: entre os grupos mais ricos, a variação nos preços ficou, mais baixa, em 1,03%.

No geral, o IPCA registrou variação de +1,26%, que são 0,86 pontos percentuais acima da variação registrada em maio. Trata-se da maior alta para os meses de junho desde 1995 e a maior variação mensal desde janeiro de 2016. O grupo Alimentação e Bebidas foi o grupo que causou o maior impacto de variação, enquanto a energia elétrica foi o item que mais contribuiu para esta alta.

Considerando os 12 meses, encerrados em maio de 2018, houve uma aceleração significativa, dos 2,86% de 2017, para mais 4,39% (valor, inclusive, fora da meta de inflação estipulada pelo governo). Vale notar que um ano atrás, a variação isolada do mês havia sido de deflação (em -0,23%).

A diferença entre os índices, conforme sua classe econômica, se dá porque o resultado sobre os grupos de menor poder aquisitivo é puxado centralmente pelos alimentos, tarifas de energia elétrica e outros gastos de habitação. Entre as famílias de maior renda, a inflação foi impactada pelo aumento nos valores dos combustíveis.

Não pela greve dos caminhoneiros que afetariam os alimentos, os valores relativos ao setor de habitação foi a categoria pela qual a inflação mais afetou o mês; com variação de 2,48% e gerando impacto de 0,39 pontos percentuais. Dentro deste grupo, energia elétrica foi novamente o principal vilão com alta de 7,93% e impacto na inflação mensal de 0,29 pontos percentuais.

Já o grupo Alimentação e Bebidas teve a segunda maior alta com 2,03%, mas como possui maior peso, acabou gerando o maior impacto dentre os grupos: 0,50 pontos percentuais.

Avaliando o período anual, com alta de 8,78%, Transportes foi o setor com maior variação da inflação neste período, seguido ainda pelo de Habitação com +7,52% acumulado.

Se tomarmos a informação histórica, desde o advento do plano real, os combustíveis se tornam imbatíveis, com um aumento de 1.485,89% (que engloba carvão vegetal, gás encanado e de botijão). Nenhum outro grupo teve tamanha variação, desde o início do Plano Real.

Segundo o Ipea, os grupos com maior renda destinam 8% do orçamento na aquisição de combustível, já os mais pobres, apenas 2%. O contrário ocorre com os alimentos: as classes mais pobres gastam cerca de 23% do orçamento com alimentos. Já os mais ricos comprometem apenas 10% da renda com esses produtos. Em relação à conta de luz, as famílias de menor renda comprometem 6% do orçamento, enquanto entre os mais ricos essa despesa cai para 2%.

 

Contém Informações de “Blog Minhas Economias” e “Brasil de Fato”


Gostou? Compartilhe!