POR QUE LULA NÃO REPETE O NOBRE ATO DE GETÚLIO VARGAS?

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As indefinições na centro-esquerda brasileira nos deixam – progressistas tupiniquins – a cada dia e hora mais aflitos. Em dado momento falam que Ciro Gomes está isolado, outra que pode ser vice do ex-presidente Lula. Fato é que se o campo progressista seguir desunido, como de fato está há algum tempo, a tendência de ocorrer um segundo turno catastrófico entre direita x extrema-direita é real.   

          Dias atrás, a senadora e atual presidenta do PT Gleisi Hoffmann afirmou que “Ciro Gomes não passa nem como reza brava”. Entretanto, ontem em Curitiba afirmou que o ex-ministro seria um bom vice. Essa esquizofrenia petista não é salutar, pois leva uma indefinição eleitoral que só beneficia os inimigos (Ultraliberais e Fascistas). É nítido que parte expressiva do PT quereria Manuela D’Ávilla de reserva, trazendo consigo todo o PCdoB. A jovem deputada gaúcha até aceitaria o convite, mas foi prontamente vetada pelo líder mor petista, nesta sexta-feira mesmo na capital paranaense.   

          Lula, ao que tudo indica, quer seu ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes como vice. Sabe que este se tornou um candidato forte e com destacável penetração na classe média e eleitorado médio do Nordeste. Por isso fez – até o presente momento – com que o PSB nacional não fechasse aliança com o PDT. Entretanto, Ciro é também um jogador hábil e só aceitaria a aliança se tiver a garantia de ser de fato o cabeça de chapa substituto. Não por acaso, ofereceu a vaga de vice para Manuela há pouco, a fim de forçar o PT a um consenso.  

          Diante de todo esse cenário imprevisível, evoco fatos históricos na política do País. Recordo-me de ler nos livros e assistir em documentários que o maior presidente da História do Brasil, Getúlio Vargas, em seu último mandato, já enxergava no então governador mineiro Juscelino Kubitschek seu natural sucessor. Não custa nada lembrar que Vargas era comandante do PTB (hoje PDT) e JK pertencia ao PSD. 

Getúlio se matou há quase 64 anos para salvar a democracia de um golpe militar (motivados pela UDN), que só seria colocado em prática de fato dez anos mais tarde. Sim, porque nas eleições presidenciais de 1955 PSD e PTB se aliaram e elegeram aquela que, na minha opinião, foi a melhor dupla a nos governar: Juscelino Kubitschek e João Goulart.   

Há 20 anos, o grande herdeiro do trabalhismo de Getúlio, o também gaúcho, Leonel Brizola deixou de lado suas desavenças com Luiz Inácio Lula da Silva e aceitou ser vice do mesmo. Ambos perderam para FHC. Todavia, reacenderam a chama de que os dois maiores partidos da dita Esquerda na Nação poderiam seguir juntos.   

Perante ao exposto até aqui, invoco ao grande e injustiçado presidente Lula que abandone, temporariamente, o orgulho de lado e desista da sexta candidatura presidencial de sua bela trajetória. Os golpistas atuais claramente não o deixarão concorrer. E peço isso, humildemente, para que ele endosse a chapa dos sonhos: Ciro Gomes presidente e Fernando Haddad de vice. Se o fizer, Lula se igualaria a Vargas e Brizola.   

Ciro certamente alcançaria os 30% de intenções de voto e se tornaria o grande favorito a vencer. Assim, nosso tão sofrido Brasil teria uma dupla de políticos progressistas e nacionalistas no poder, tal qual experimentara com JK e Jango nos anos 50. Ciro certamente colocaria o Brasil nos eixos e poderia até indultar Lula – haja visto da vergonhosa condenação sem provas que sofreu. Se este acerto se concretizar a história estaria completa, com um legítimo final feliz para todos nós.

Paulo Henrique Faria



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