Com Informações Monitor Digital
Alta dos juros pode detonar problemas com dívidas das corporações
Uma tempestade perfeita está se armando e poderá culminar numa nova crise financeira internacional. A advertência foi feita pelo primeiro vice-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton. Ele complementou: o mundo não está preparado para a enfrentar, 11 anos após o crash de 2008, nova recessão.
Lipton afirmou que os Estados não reúnem condições para dar respostas a uma nova crise. O vice-diretor disse que o peso das dívidas públicas – que cresceram como resposta à crise da década passada – reduz a margem dos bancos centrais para cortes adicionais aos juros e para reforço dos gastos, como a compra de ativos.
O alerta feito pelo membro do FMI vai na mesma direção do realizado no último final de semana pelo economista Tim Lee. Um dos poucos que previu a crise de 2007 e os recentes problemas na Turquia, Lee acredita que o problema agora vai estourar nas dívidas das empresas e no mercado de ações.
Segundo o economista, com os juros baixos praticados pelos bancos centrais, as corporações se endividaram para comprar as próprias ações.
Isso fez a festa nas bolsas de valores, mas agora, com a elevação das taxas pelo Federal Reserve (Fed) norte-americano, começam a aparecer problemas em algumas companhias.
O vice-diretor do FMI afirmou que o Fundo não dispõe dos recursos necessários para ajudar a combater outra crise e recorda que, quando do último crash, a instituição liderada por Christine Lagarde estava sem os meios necessários.