Condenado por favorecer mineradora é enviado por Bolsonaro para acompanhar situação de Brumadinho (MG)

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) demonstrou irritação com rompimento da barragem em Brumadinho (MG) e determinou o envio de ministros para acompanhar a situação, entre os ministros, Ricardo Salles, condenado por improbidade administrativa em favorecimento de empresas do ramo da mineração. Bolsonaro também declarou que vai visitar a cidade neste sábado acompanhado de sua esposa, Michelle Bolsonaro.

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira que o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), deveria ter servido de alerta para o Brasil, e demonstrou consternação com o fato do país registrar novamente uma tragédia semelhante nesta sexta-feira com o rompimento de outra barragem, em Brumadinho, também em Minas Gerais. O governo, entretanto, é acusado de descaso com a política ambiental.

Bolsonaro informou em sua conta do Twitter que enviou ministros de seu governo para Brumadinho (MG). Entre os ministros, encontra-se Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente, condenado em ação movida pelo

Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em ação civil pública ambiental e de improbidade administrativa.

Ricardo Salles foi condenado em São Paulo no dia 19 de dezembro do ano passado pelo juiz Fausto José da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital. O Ministério Público acusa Salles de fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, quando Ricardo Salles estava à frente da pasta do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo o MP-SP, durante o processo de elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, “foram cometidas diversas irregularidades pelos demandados”, para beneficiar empresários, especialmente do setor de mineração, vinculados à Federação das Indústrias do Estado (Fiesp). O MP-SP alega que mudanças efetuadas por Ricardo Salles no Plano de Manejo podem causar danos ao meio ambiente, além de intimidação de funcionários e alteração de documentos.

Salles que recorre da sentença diz que “A sentença reconhece que não houve dano ambiental, que eu não tive nenhuma vantagem pessoal, reconhece que não há nada grave e me condena no mínimo legal”

INDÚSTRIA DA MULTA

Crítico a órgãos como o Ibama e o Funai, Ricardo Salles, já chegou a chamar o Ibama de uma “fábrica de multas”.

O ministro afirma que órgãos como o Ibama atuam de forma “ideológica” e não jurídica. Para ele, por exemplo, como disse à Folha, a multa aplicada a Bolsonaro por pesca em área de preservação ambiental é exemplo disso.
 
“Ele não foi multado por pescar. Ele foi multado porque estava com uma vara de pesca. O fiscal presumiu que ele estava pescando. Então, veja bem, o exemplo que você deu já mostra como a questão ideológica permeia a atuação estatal nesses casos. É preciso ter muito equilíbrio antes de rotular.”

Colaboração Victor Trindade
Com informações G1, O Globo e O Povo Online


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