Extrema pobreza volta a crescer na América Latina

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Com informações Monitor Digital

Quase metade dos lares não tem acesso a serviços sociais e trabalho decente.


Mais de três em cada quatro lares latino-americanos não conseguem ter acesso, simultaneamente, a serviços como água, saneamento e energia, direitos como saúde, educação e assistência social e uma inserção no mercado de trabalho com renda que permita ficar acima da linha da pobreza.


O relatório Panorama Social de América Latina 2018, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), mostra que 44,5% dos lares não tinham, em 2016, acesso nem a serviços sociais, nem a mercado de trabalho. A situação, porém, melhorou em relação a 2002, quando a dupla exclusão atingia 57,8% das moradias.


As condições básicas de serviços sociais e inclusão laboral configuram o que os autores do documento chamaram de “dupla inclusão”. Em 2002, apenas 14,7% dos lares estavam nesta condição. Em 2016, quase uma em quatro residências (23,5%) conseguiram reunir serviços sociais e acesso ao mercado de trabalho.


A melhoria passa pela redução da pobreza. A taxa caiu de 44,5% em 2002 para 30,2% em 2017, de 226 milhões de pessoas para 184 milhões. A da extrema pobreza caiu de 11,2% para 10,2% no mesmo período. A população em situação de pobreza extrema, porém, que havia caído de 57 milhões para 46 milhões entre 2002 e 2014, voltou a subir, para 62 milhões em 2017, nível mais alto desde 2008.


A desigualdade na América Latina caiu nos últimos 15 anos. O índice Gini, indicador mais usado para medir essa situação, diminuiu de 0,53 para 0,47 entre 2002 e 2017. No caso brasileiro, o índice saiu de 0,57 em 2002, teve um movimento de queda até 2014 e subiu um pouco com o aprofundamento das políticas neoliberais, fechando 2017 em 0,54.


As despesas públicas com gastos sociais saltaram de 8,5% do Produto Interno Bruto dos países latino-americanos, no ano 2000, para 11,2% do PIB, em média, em 2016. Isso representa 51,4% do gasto público total. A Cepal recomendou a intensificação de políticas públicas complementares de proteção social e de inclusão no mercado de trabalho, para redistribuir renda e diminuir a extrema pobreza no continente.


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