Após vexame na Câmara, Manuela D`Ávila critica PT e PSOL: “tentaram nos colocar na ilegalidade”. PCdoB reage.

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A ex-deputada estadual e federal Manuela D`Ávila (PCdoB), que concorreu à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad (PT) nas eleições de 2018, desabafou em seu Facebook sobre a decisão de seu partido de não participar do bloco de oposição formado por PT, PSOL, PSB e Rede para a disputa da Mesa Diretora da Câmara:

“Ou seja, uma eleição da câmara que não estivemos juntos e nossos aliados Há mais de 30 anos tentaram nos colocar na semi-legalidade!!!!!”

Ao invés, os dez deputados do PCdoB compuseram um bloco com PDT (28), Pode (17), Solidariedade (13), Patri (9), PPS (8), Pros (8), Avante (7), PV (4) e Democracia Cristã (1). Antes da eleição, o presidente Rodrigo Maia (DEM) – que acabou reeleito – autorizou a incorporação do PPL pelo PCdoB, do PRP pelo Patriota e do PHS pelo Podemos.

Com a incorporação do PPL, o o bloco se tornou maior do que o encabeçado pelo PT. Antes do discurso dos candidatos a presidente da Câmara dos Deputados, o líder do PSOL, deputado Ivan Valente, pediu a reversão da decisão de reconhecer como participantes de blocos parlamentares os partidos que ainda não tiveram reconhecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a incorporação solicitada. A manifestação de Valente foi apoiada pelo PT.

Os blocos disputam para liderar a oposição e a minoria da Casa – o PSOL aponta que Maia apenas autorizou a fusão dos partidos para fazer com que o bloco do PCdoB e PDT crescesse, prejudicando assim o bloco de esquerda. “Ontem o governo ganhou duas batalhas: venceu a eleição da mesa e escolheu a liderança da minoria estabelecendo que um bloco misto, formado por partidos de centro-esquerda e outros de apoio ao governo vai “liderar” a oposição. É uma grande novidade: teremos a base e a sub-base”, criticou o deputado Camilo Capiberibe, do PSB.

Já Manuela afirma que sempre defendeu a construção de uma candidatura “comprometida com a democracia”, destacando que os 130 deputados do campo progressista não teriam chances de chegar ao segundo turno na disputa da presidência da Câmara. “Claro, sempre defendi que DEVERÍAMOS ter esgotado as conversas entre nós em primeiro lugar. Mas vejam bem, isso tudo acabou. E pela votação se percebe como muita gente discursava inflamado mas não garantiu o voto no segredo da urna”, colocou.

Ela ainda critica o fato do PT e o PSOL tentar impedir a fusão do PCdoB com o PPL, forma encontrada pelo partido de superar a cláusula de barreira e garantir o dinheiro do fundo partidário.

“A eleição da Câmara já passou. Nós seguiremos na rua, em oposição a Bolsonaro. Mas companheiros, companheiras, isso foi grave demais (…). O povo brasileiro precisa da nossa luta comum e da nossa unidade. Não soltem as mãos que SEMPRE – e não só de vez em quando – estão na luta”, disse.

Veja a nota de protesto publicada pelo PCdoB:

PCdoB EXIGE RESPEITO!

Os blocos parlamentares formados na Câmara na eleição da mesa duram 1 dia e independem da eleição da Presidência da Casa, servindo apenas para possibilitar os espaços políticos das bancadas na mesa diretora e comissões temáticas. Esses instrumentos servem à organização interna, mas também servem à luta do povo que precisa impedir reformas contra seus direitos e para aprovar projetos de seus interesses.

Bancadas menores buscam ampliar suas forças e suas relações políticas. Neste contexto o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) encontrou uma dificuldade a mais, que foi uma possível restrição à sua liberdade de atuação e funcionamento parlamentar, ao não alcançar a cláusula de barreira no enfrentamento da onda fascista no processo eleitoral.

Para superar este obstáculo optamos e decidimos, em fórum partidário, pela incorporação de outra agremiação política, o Partido Pátria Livre (PPL), que tem história de luta e que de forma generosa e comprometida com a liberdade, decidiu em seu Congresso por esta incorporação.

Lamentavelmente, por uma visão pontual e casuística, por pura conta matemática de tamanho de blocos na casa, o PSOL, sustentado pelo PT e PSB, nossos aliados de 30 anos, tentou por manobra regimental atingir a nossa liberdade de organização e questionar a nossa decisão de incorporar o PPL, o que já foi reconhecido pela Câmara dos Deputados.

Expressamos a nossa indignada surpresa! Esperávamos este ataque pela direita, pelos que não aceitam nossa história e ideologia, pelos que querem nos aniquilar, nos criminalizar, impedir nossa luta. Jamais daqueles que defendemos nas ruas e com quem ontem, hoje e amanhã cerramos e cerraremos fileiras contra o governo de extrema direita de Bolsonaro e todos que tentem ferir a liberdade, a democracia e os direitos do nosso povo!

Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados

PCdoB lamenta manobra para impedir sua liberdade de organização na Câmara

Com informações: Sul 21


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