AEPET – Manter ativos da Petrobras é mais rentável que reduzir dívida

Petrobras
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Com informações Monitor Digital

Vender refinarias e distribuidora deixaria empresa mais exposta a choques de preços.

A privatização de refinarias, terminais, dutos e distribuidora traz prejuízos muito mais graves à Petrobras do que possíveis benefícios pela redução dos gastos com juros decorrentes da possível antecipação da redução da dívida, afirma a Associação dos Engenheiros da estatal (Aepet).


A dívida bruta da Petrobras no final de 2018 foi de US$ 84,4 bilhões. A taxa média dos financiamentos, de 6,1% ao ano. Pela taxa média, a despesa com juros é da ordem de US$ 5,1 bilhões. Caso a Petrobras reduza em 40% a dívida, mantido o custo de capital, a economia seria de US$ 2,1 bilhões por ano, calcula a Aepet.


A economia representa apenas 17% da capacidade de geração de caixa do Abastecimento nas condições de preço do petróleo historicamente próximos de US$ 50 por barril. “Sendo assim, privatizar mais de 17% da atual capacidade de refino e abastecimento significa comprometer geração de caixa anual superior à potencial redução do pagamento de juros decorrentes da diminuição de 40% do atual endividamento da companhia.” A análise não considera o impacto da redução de investimento potencial na geração de caixa futura da companhia.


O somatório do lucro operacional do Abastecimento da Petrobras nos anos de 2015, 2016 e 2017 registrou US$ 23,7 bilhões, em valores corrigidos para 2018, enquanto o E&P obteve US$ 9,4 bilhões no mesmo período, quando o preço do petróleo médio foi de US$ 52,68 por barril.


“O petróleo é mais do que uma simples mercadoria negociada nas bolsas de valores. É um ativo estratégico para a defesa do Brasil e o desenvolvimento tecnológico e econômico da Nação”, destaca a Aepet. Quanto menor o grau de integração, maior a exposição de uma petroleira a choques de oferta, que derrubam o preço, destruindo a lucratividade da atividade de Exploração e Produção (E&P), conforme observado nos anos de 2015, 2016 e o primeiro semestre de 2017.


“Privatizar as refinarias, terminais, bases logísticas e a distribuidora da Petrobras é condenar a companhia a ter resultados empresariais débeis diante das inevitáveis variações cambiais e do preço internacional do petróleo”, sentencia a Associação.


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