Programa Minha Casa Minha Vida sendo sabotado para justificar a venda da Caixa Econômica

Caixa Econômica Federal
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Mau serviço faz parte do sucateamento proposital da instituição, a fim de justificar sua privatização.

A Caixa Econômica está retendo vários financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida. As reclamações têm partido de vários internautas no Twitter. Segundo o advogado Adriano Argolo, por exemplo, “em Maceió, construtoras e interessados, mesmo com o imóvel já avaliado, vistoriado e aprovado pela Caixa, não estão tendo o dinheiro liberado, isso tá falindo construtoras e desesperando os interessados.”

O usuário Carlinhos, de Goiás também comentou que em seu estado “está na mesma situação, mais de um mês sem assinar nenhum contrato. Segundo a Caixa não tem previsão nenhuma, as avaliações de crédito estão suspensas também.”

O mau serviço faz parte do sucateamento proposital da instituição, a fim de justificar sua privatização. Em fevereiro deste ano, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu site Conversa Afiada já havia publicado que a “Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) divulgou nota, na qual critica medida contábil anunciada por Pedro Guimarães, presidente do banco, com o objetivo de desvalorizá-lo e criar uma situação favorável à privatização. A ideia é criar uma provisão extraordinária de até R$ 7 bilhões para supostas perdas esperadas com calotes no financiamento imobiliário e com a desvalorização de imóveis que foram retomados pelo banco.”

Segundo PHA, “a manobra contábil, divulgada pela agência de notícias Reuters, mira no desmonte acelerado da instituição com vistas a torná-la fraca e deficitária, para pavimentar o caminho da privatização.”

No último dia 20, a Caixa anunciou uma nova linha de crédito imobiliário atualizada pelo IPCA, índice oficial da inflação, em vez de pela TR (como são atualmente os financiamentos para compra de imóveis). Como o IPCA está baixo (hoje em 3,22% e abaixo de 5% desde 2017), o governo propagandeou taxas de juros bem menores (de 2,95% a 4,95%) do que as atuais (8,50% a 9,75% mais TR), mas especialistas advertem que a mudança pode ser uma cilada.

O economista Sérgio Mendonça, ouvido pelo site Reconta aí, pede cautela:

“Muitas vezes o discurso é maravilhoso, mas a realidade é outra. E existirá um risco de que a inflação suba no futuro e a taxa variável suba junto com uma inflação mais alta. Aí o risco de inadimplência aumentará, pois os tomadores de empréstimos terão maior dificuldade de saldar esses empréstimos”.

Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, a medida divulgada pelo governo mais parece uma propaganda enganosa: “Foi anunciada num momento em que o IPCA está muito baixo, portanto, pode dar a impressão de que será uma enorme redução de juros. Mas se avaliarmos o histórico da inflação no país, veremos que esse é um momento atípico. Além do mais, o IPCA é um índice que depende de diversos fatores e por isso mesmo é muito volátil. Pode a qualquer momento subir e prejudicar quem optou por esse tipo de empréstimo.”

Segundo o governo, os financiamentos por TR continuarão a ser oferecidos, mas quem optar pelo crédito imobiliário corrigido mensalmente pela inflação não poderá mudar de linha, e esses financiamentos terão prazo de até 30 anos. “Imagina você financiar seu imóvel em 30 anos. Quanto o IPCA poderá variar até lá?”, questiona a dirigente.

“Além do mais, a inflação está baixa porque a população não está consumindo, porque o poder aquisitivo do brasileiro está caindo, porque desemprego atinge 13 milhões de pessoas, ou 27,6 milhões se levarmos em conta os subutilizados. Então, ao lançar uma linha de financiamento imobiliário atrelada à inflação como se fosse um trunfo, o governo está apostando que essa situação perversa vai se perdurar por muito tempo”, acrescenta Ivone.

A presidente do Sindicato destaca que o caminho é fortalecer os bancos públicos para que eles de fato pratiquem políticas que favoreçam a população.

“Em vez de lançar políticas que não irão de fato reduzir os juros, o governo deveria fortalecer os bancos públicos. Mas está seguindo o caminho inverso, reduzindo número de funcionários, de agências, aumentando as taxas de juros, fatiando a Caixa e BB para a venda e extinguindo programas sociais”, critica Ivone.

Com informações Conversa Afiada, Sindicato dos Bancários  e Monitor Digital


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