Duda Salabert defende Ciro e afirma: “Jean Wyllys já foi transfóbico e machista inúmeras vezes”

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Em entrevista ao UOL, a mineira trans Duda Salabert ao falar sobre sua filiação ao PDT, falou acerca da polêmica envolvendo Ciro Gomes e o ex-bbb deputado federal Jean Wylllys. Duda saiu em defesa de Ciro e falou sobre suas divergências com Jean Wyllys.

Ela se filiou ao PDT nesta semana, após quase cinco meses de uma negociação que envolveu propostas de outras grandes siglas. Pelo partido de Ciro, Duda vai disputar as eleições de 2020 –só não sabe, ainda, se concorrerá à prefeitura de Belo Horizonte ou ao Legislativo.

Duda é transexual, acabou de ser mãe e deixou o PSOL em abril após acusar o partido de transfobia. Foi pelo PSOL, ainda, que ela recebeu 351.874 votos para o Senado, no ano passado, e se tornou a pessoa mais votada da história da sigla em Minas Gerais.

Na semana passada, seu ex-colega de partido Jean Wyllys disse, no blog dele, que Ciro Gomes é “oportunista, machista e inseguro com medo de perder privilégios. Segundo Duda, ela teve  “muitas divergências com o Jean enquanto colega de partido. Ele já foi transfóbico, assim como já o vi sendo machista inúmeras vezes. A sociedade brasileira é machista, Ciro Gomes reproduz isso, Jean Wyllys também. Não é porque ele é gay que está imune ao machismo. A diferença é que Ciro está aberto para combater essa e outras fobias típicas do brasileiro. Sobre o oportunismo, não consigo ver. Colocar seu corpo para disputar um pleito presidencial em um contexto de ódio e polaridade é arriscar os próprios privilégios. Se quisesse mantê-los, ele se candidataria ao legislativo, seria eleito e teria uma vida tranquila. “.

Perguntada sobre quando aconteceu essa transfobia de Jean Wyllys, Duda afirma que “A principal delas foi quando Jean apoiou o ator e diretor Luis Lobianco na peça “Gisberta”, em que Lobianco interpretou uma mulher trans. Eu sou contra pessoas cisgênero ocupando nossos lugares, falei muito sobre isso à época, mas Jean o apoiou e foi transfóbico nesse posicionamento. No texto do blog, ele comparou Ciro a Bolsonaro, então me sinto à vontade para comparar o próprio Jean a Bolsonaro, já que ambos, infelizmente, endossam massacres contra palestinos em Israel. Já passou a hora de o Jean buscar desconstruir esse sionismo dele.”

Sobre Ciro, Duda discorre que “Ciro Gomes era o único candidato do espectro progressista com chances reais de vencer Bolsonaro no segundo turno, mas o PT não quis sair de cena. Entregamos de bandeja a presidência para um governo ultrarreacionário. O PDT é alternativa como uma nova forma de construir política e, se o PT concordar com isso, alianças serão bem-vindas. Só não podemos repetir e ceder a essa lógica de poder do PT”.

E por fim conclui que  ” a esquerda é pedante, elitista e tem um discurso excludente, distante da base. Tem, há tempos, dialogado com o próprio umbigo. Esse setor tem feito do cidadão comum uma caricatura, diz que é fascista por ter apoiado o Bolsonaro. A gente sabe que a maioria das pessoas não são fascistas, mas, sim, insatisfeitas com as políticas que o PT colocou em prática no Brasil. É um erro gritar isso. O PT precisa fazer autocrítica e a esquerda, uma reflexão. Precisamos entender onde erramos para construir uma alternativa ao governo Bolsonaro.”

Entrevista completa clique aqui

Com informações UOL

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