Reações a políticas neoliberais se espalham pela América Latina.
Após quatro horas de discussão, na noite deste domingo, o presidente do Equador, Lenín Moreno, cedeu e chegou a um acordo com representantes dos indígenas: o Decreto 883, que retirou o subsídio aos combustíveis, fica revogado e um novo decreto, acertado conjuntamente com os povos indígenas, será elaborado nos próximos dias.
Na semana passada, dezenas de milhares de indígenas se dirigiram a Quito para protestar. O presidente foi obrigado a transferir a sede do governo de Quito para Guayaquil, no litoral. O recuo não significa fim da crise, que tem como pano de fundo a dolarização do país, que adotou a moeda norte-americana em 2000.
Os aumentos nos preços de combustíveis foram combinados com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que em fevereiro concedeu ao Equador um empréstimo de US$ 4,2 bilhões. Anna Ivanova, chefe da missão do FMI que foi ao país em março, defendeu a implantação de políticas que permitam uma desvalorização interna em busca de competitividade e aumento da produtividade, com otimização da massa salarial. Ou seja, o custo do ajuste sobra para o trabalhador.
Mesmo após o acordo, os indígenas insistiram que María Paula Romo, ministra de Governo, e Oswaldo Jarrín, ministro da Defesa, devem renunciar. O presidente afirmou que todas as demandas serão ouvidas e levadas em consideração.
No Haiti, os partidos de oposição intensificaram a convocação de protestos esta semana, com o objetivo de forçar a renúncia do presidente Jovenel Moise, que está no poder desde 2017. As manifestações acontecem quase diariamente desde 16 de setembro e se intensificaram na semana passada.
Desemprego, inflação e crescente violência são os principais motivos, mas o estopim foi a falta de combustíveis, desde agosto, que contribuiu para paralisar a atividade econômica do país. A manifestação do último domingo foi a maior já realizada desde o início do movimento.
Com informações Monitor Digital