Déficit na balança comercial da indústria avança 30% em 2019

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Ímpeto exportador desaba 15% nos ramos de alta tecnologia

O Brasil segue em ritmo acelerado de reprimarização de sua pauta de exportações, com reflexos na balança comercial, particularmente nos itens de maior valor agregado. O déficit no comércio exterior da indústria de transformação avançou quase 30% no acumulado de janeiro a setembro de 2019. De acordo com estudo publicado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), a indústria de média-alta tecnologia, cujo déficit aumentou +17% em jan-set/19, foi quem teve maior deterioração, devido a veículos, máquinas e equipamentos e produtos químicos.

Já a maior perda de ímpeto exportador coube à indústria de alta tecnologia, da ordem de -15%, “muito em função do ramo aeronáutico”, levando a um avanço de +9% de seu déficit em 2019.

O saldo comercial negativo da indústria de transformação avançou de US$ 20,6 bilhões para US$ 26,6 bilhões entre jan-set/18 para jan-set/19, uma piora de quase 30%.

“A expectativa era que maior vigor da recuperação da economia doméstica alavancasse as importações em um ritmo que provocasse a deterioração do saldo. Não é isso o que tem acontecido. A recuperação econômica perdeu fôlego e o ímpeto importador de bens industriais também”, diz o estudo. Segundo o IEDI, é o retrocesso das exportações da indústria – e não o aumento de importações – que tem provocado a ampliação do déficit do setor. No acumulado do ano até set/19, o resultado chega a -7% frente a jan-set/18 (de US$ 101,7 bilhões para US$ 94,6 bilhões). A contar pelo 3º trim/19, a tendência pode ser de agravamento deste quadro: -9,8% ante 3º trim/18.

A indústria de média-baixa intensidade, por sua vez, foi a única a ver seu déficit reduzido (-38%) de US$ 5,4 bilhões em jan-set/18 para US$ 3,3 bilhões em jan-set/19, devido a operações envolvendo plataformas de petróleo. No 3º trim/19 apenas, a queda foi de -26,7%. É também o único grupo a registrar avanço exportador no ano (+1,7%), embora tenha tido um 3º trim/19 negativo (-5,2%), devido à desaceleração de derivados de petróleo e produtos metálicos e queda na construção naval. Suas importações caem -5% em jan-set/19, sob influência principalmente do 3º trimestre (-11,5%).

Quanto à faixa de baixa intensidade tecnológica, a única fração da indústria com saldo comercial superavitário, registrou declínio de -5,7% de suas exportações em jan-set/19. O agravamento do desempenho exportador foi expressivo no 3º trim/19: -10,6%, devido a mateira, papel e celulose; alimentos, bebidas e tabaco; e têxteis, couro e calçados. Suas importações também caíram, porém menos: -3,4% em jan-set/19 e -0,7% no 3º trim/19. Por isso, seu superávit foi reduzido -7%, de 2018 para 2019, de US$ 28 bilhões para US$ 26,2 bilhões no acumulado do ano até setembro.

Com informações AEPET 

Clique aqui para ler o estudo na integra


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