Venezuela e Brasil lideram aumento da pobreza extrema na América Latina

Jair Bolsonaro e Nicolás Maduro
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A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) faz uma nova advertência sobre o aumento da pobreza na região. Mais seis milhões de pessoas cairão em situação de extrema pobreza na América Latina em 2019, elevando o número total de pobres para 191 milhões, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (28) pelo órgão.

A Cepal, um organismo das Nações Unidas com sede em Santiago, no Chile, destaca que a alta de 2,3 pontos da pobreza entre 2014 e 2018 na média regional “se explica basicamente pelo aumento registrado no Brasil e na Venezuela”. A pobreza afeta principalmente meninos, meninas e adolescentes, mulheres, indígenas e afrodescendentes, moradores de áreas rurais e desempregados, resume o documento.

À exceção da Venezuela e do Brasil, nos demais países, a tendência dominante nesse período foi de diminuição da pobreza, devido a um aumento das receitas com trabalho para famílias com menos recursos, mas também a transferências públicas dos sistemas de proteção social e privadas, como no caso de remessas de familiares em alguns países, nota a Cepal.

Dos 191 milhões de pobres que a América Latina terá no fim de 2019, 72 milhões se encontrarão em estado de extrema pobreza. Em 2018, o número de pobres já era alarmante: totalizava 185 milhões de pessoas. Com o crescimento observado, a taxa de pobreza deve atingir 30,8% da população da América Latina até o fim do ano, o que equivale a um aumento de 0,7% em relação aos 30,1% registrados no ano passado. Praticamente todas as pessoas que irão engrossar o contingente de pobres na região entrarão diretamente na categoria da pobreza extrema, sublinha o documento. Com isso, a pobreza extrema deve alcançar 11,5% em 2019, uma alta de 0,8% em relação ao ano anterior.

A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, fez uma série de considerações no lançamento do relatório Panorama Social da América Latina 2019. Ela recordou que, há quase uma década, a Cepal colocou a igualdade como um fundamento essencial do desenvolvimento.

“Hoje, constatamos novamente a urgência em avançar na construção de Estados de bem-estar, baseados em direitos e igualdade, que outorguem aos seus cidadãos e cidadãs acesso a sistemas integrais e universais de proteção social e bens públicos essenciais, como saúde, educação de qualidade, habitação e transporte”, observou. “O chamado é para construirmos pactos sociais para a igualdade”, enfatizou a secretária-geral da Cepal.

Com informações RFI Brasil


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