Abertura de compras públicas a estrangeiro prejudica a Indústria Brasileira

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Guedes acusa pobres de destruir a natureza.

Representando o governo brasileiro no 50° Fórum Econômico em Davos, na Suíça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o Brasil vai anunciar a adesão ao acordo internacional de compras governamentais de forma a permitir um tratamento isonômico aos estrangeiros interessados em participar de licitações e concorrências públicas no país. Na opinião de Guedes, a adesão ao acordo permitirá o Brasil receber maiores fluxos de investimentos e se integrar às cadeias globais de negócios.

“É o acordo pelo qual nós agora passamos a admitir empresas de fora também para todas as compras que a gente fizer, um tratamento isonômico. O Brasil está querendo entrar para primeira liga, primeira divisão de melhores práticas. E isso realmente é um ataque frontal à corrupção”, afirmou a jornalistas, durante o evento que termina na quinta-feira.

Analistas como Denis Maracci Gimenez, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Unicamp, avaliam que a ideia de que as reformas “modernizantes”, como a da Previdência, poderiam incentivar o crescimento, é uma ilusão. Segundo essas análises, não só um crescimento de 2% a 2,5% não pode ser comemorado, após cinco anos de estagnação, como é impossível sair da paralisia sem uma ação coordenada do Estado.

Para a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior, a previsão de Guedes “é, no mínimo, para usar um adjetivo tranquilo, otimista”. “Nenhum dos indicadores que a gente tem aponta para isso. Em novembro começou a se vender a possibilidade de um maior crescimento, mas, na sequência, os indicadores mostraram que não é bem assim”, observa.

“Mas estão falando em atrair empresas estrangeiras em licitações públicas. Ou seja, se não vamos comprar produtos no Brasil, por que as indústrias precisam produzir? Você vai contribuir ainda mais para um processo de desindustrialização da nossa economia, quando a gente devia estar fazendo o contrário.” A situação da indústria brasileira nunca foi tão grave, de acordo com diversos analistas, como o economista Marco Antonio Rocha, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O ministro da Economia do governo Bolsonaro Paulo Guedes chegou ao Fórum Econômico Mundial de Davos de 2020 com um discurso sob encomenda. Está tudo afinado com o tom das oligarquias de Wall Street. A primeira repercussão do seu papel no encontro dos donos do dinheiro mundial foi sobre a fala que atribuiu aos pobres a responsabilidade pela destruição do meio ambiente no Brasil. De acordo com sua tese, as pessoas pobres destroem o meio ambiente porque precisam comer. “Eles (os pobres) têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas”, teorizou, valendo-se da velha técnica de jogar nas costas de outros culpas que não são suas.

Com informações Monitor Digital


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