Investimento em ciência no Brasil retrocede 20 anos

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Desmonte começou com política neoliberal fundamentalista a partir de 2015.

Houve “um verdadeiro desmonte do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), com graves consequências para o desenvolvimento social e econômico brasileiro”, aponta documento divulgado pela Comissão de Financiamento à Pesquisa de Política Científica da SBPC que analisou o primeiro ano do Governo Bolsonaro.

O relatório afirma que em 2019, CNPQ e Capes retiraram mais de 15 mil bolsas do sistema, e os cerca de 80 mil bolsistas do CNPQ passaram por uma ameaça de não pagamento das bolsas no segundo semestre.

Em entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira, o neurocientista Sidarta Ribeiro, diretor da SBPC, afirmou que a ciência brasileira vive um “verdadeiro pesadelo” e um grande retrocesso. Mas destacou que existe hoje no país um debate muito mais aprofundado sobre qual projeto queremos, qual a vocação do Brasil, se apenas produzir e vender soja e minério ou produzir conhecimento e capital humano. “Nesse ponto estou otimista, o Brasil é muito grande, não tem porque não sermos um grande país”, afirmou.

Sidarta Ribeiro afirmou que o investimento em ciência aumentou muito na primeira década deste século e estava a caminho de atingir o equivalente ao que aplicam os países desenvolvidos, quando sofreu uma drástica parada já no fim de 2015, situação agravada no governo atual. “Agora fizemos um caminho reverso, de volta ao investimento de 20 anos atrás”.

O corte de recursos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) bloqueou a chamada de novos projetos para financiamento, comprometendo linhas fundamentais como a de manutenção e aquisição de equipamentos para a infraestrutura das instituições de pesquisa.

A Comissão do SBPC lista 23 ações estratégicas para reverter a situação, entre elas a meta de investimento de 2% do PIB no setor até 2022.

Com informações Monitor Digital


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