"Os símbolos d'O Poço”

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O Poço é um filme basco de 2020, dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia, escrito por David Desola e Pedro Rivero inicialmente para o formato de uma peça teatral, sendo produzido e distribuído pela plataforma de streaming Netflix. A história se passa em uma enorme prisão em forma de torre, o “Centro Vertical de Autogestão” onde permanecem dois prisioneiros por andar, que são alimentados per meio de uma plataforma que desce gradualmente pelos níveis.

A comida é disponibilizada na plataforma a partir de seu nível mais alto e, como cada um dos prisioneiros escolhe o seu prato favorito na entrada, se os alimentos fossem bem distribuídos seriam o suficiente para todos. Entretanto, como não há regra de distribuição, os prisioneiros dos andares superiores têm a vantagem de abusar pegando mais comida, deixando menos para os andares inferiores. Assim, esta nova obra-prima, que já se tornou a mais vista de todos os tempos cinema basco, segue um roteiro tenso e envolvente, repleto de simbolismos sobre a sociedade, trafegando entre temas socioculturais, geopolíticos, econômicos e religiosos, sendo que muitos deles são menos evidentes para espectadores mais distraídos.

Este é um artigo para aqueles que já assistiram ao filme e querem avançar na reflexão sobre o seu conteúdo. Não temos a pretensão de esgotar ou trazer interpretações definitivas sobre os símbolos utilizados no filme, tratando-se sobretudo de um convite para pensarmos juntos sobre a complexa rede de símbolos utilizados no roteiro.

O CENTRO VERTICAL DE AUTOGESTÃO

A estrutura da torre é a representação da sociedade e faz analogia à desigualdade na distribuição dos abundantes recursos econômicos disponíveis no mundo, tratando-se de uma leitura da sociedade desde uma perspectiva europeia e repleta de referências católicas. A estrutura vertical da torre é uma obviação das classes sociais, trazendo uma crítica implícita à meritocracia, uma vez que os prisioneiros são mudados de andar a cada mês enquanto dormem, sem terem ideia onde acordarão no mês seguinte.

Assim, a decisão dos administradores tem muito mais importância do que as ações dos prisioneiros, que se resumem às estratégias de sobrevivência conforme o andar em que se encontram. Em certa medida, o sistema da prisão vertical faz referência também ao já há muito tempo ultrapassado paradigma filosófico do panóptico da vigilância de Michel Foucault, dialogando ainda com a desterritorialização das identidades e o pensamento nômade descritos por Gilles Deleuze e Felix Guattari, alcançando a densa filosofia da transparência, auto-exploração, psicocontrole e psicopolítica da Era digital proposta por Byung-Chul Han.

O LIVRO

Goreng, o personagem principal do filme, tem um nome oriundo dos aborígenes australianos Noomgar, que no idioma indonésio que significa “frito”, e leva consigo um exemplar do livro Dom Quixote. O livro em si representa a busca pelo conhecimento acadêmico e cultural, o estudo. A escolha do livro Dom Quixote está longe de ser aleatória e, em nossa interpretação, representa os movimentos intelectuais burgueses pós-modernos da nova esquerda, representando uma luta romantizada e imaginária por pautas subjetivas e insignificantes em relação à estrutura da torre, cabendo notar que o personagem inicia a sua jornada nos níveis mais altos do “Centro Vertical de Autogestão”.

Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote em um período em que a literatura de cruzadas entrava em decadência na Espanha e o personagem principal da história é um velho burguês que decide inventar a sua própria aventura, lutando contra inimigos imaginários, sempre chamado à realidade por seu fiel escudeiro Sancho Pança, que é ignorado em seus clamores pelo mundo de verdade.

O romantismo das pautas da nova esquerda identitária, evocando livros que nunca leram, é uma analogia à luta ilusória de Dom Quixote contra os moinhos de vento, os quais ele acredita serem gigantes, da mesma maneira que os pós-modernos lutam por pautas superadas há várias décadas e até contra sistema medievais, como o “patriarcado”, que não existem de fato nos tempos de atuais.

Embora o personagem de Cervantes acredite lutar por causas sociais, faz isso combatendo de forma esquizofrênica as paranoias ilusórias de sua imaginação. Desta forma, estas pseudo-lutas identitárias estão presentes numa esquerda burguesa fechada em si mesma, a New Left, que abandonaram a luta de classes para agarrar-se em questões diversionistas de comportamento, que não oferecem qualquer tipo de ameaça à estrutura hierárquica da sociedade. O próprio personagem principal não foi para lá como prisioneiro, mas por vontade própria, uma vez que queria para de fumar, coisa que depende exclusivamente dele mesmo, além de criar a oportunidade para finalmente ler o seu livro favorito e receber um certificado após a sua saída, que corresponde aos diplomas acadêmicos.

A FACA

Trimagasi é o companheiro de cela de Goreng na prisão vertical e possui um nome malásio que significa “agradecimento”, trazendo consigo uma faca que amola a si mesma toda vez que corta e está preso por ter acidentalmente matado uma pessoa devido a um ataque de fúria em função de uma compra frustrada. O primeiro parceiro de andar conforma o par de Dom Quixote e Sancho Pança, tratando-se de uma referência central de toda a história.

 

A faca é uma referência tanto a uma arma utilizada nos sacrifícios, como ela é utilizada no poço, assim como uma ferramenta prática com utilidade no mundo real, utilizada na torre para cortar os companheiros de cela e se alimentar deles nos andares mais baixos. O contraponto entre o livro e a faca explicitam aquilo que é almejado e respeitado pelo senso comum, que se mistura com o mundano, pois, no mundo real, uma faca tem muito mais importância e utilidade, inclusive para defender-se dentro da torre.

No filme, a faca representa também a obsolescência programada e a contínua reciclagem impostas pela sociedade de consumo que, no limite, empurra o ser humano para a insanidade. No embate da faca contra o livro, ela é um instrumento cuja posse pode ser decisiva para a sobrevivência.

A utilidade do livro para aquelas circunstâncias é uma das primeiras questões do “óbvio” por Trimagasi à Goreng. Logo no diálogo inicial do filme, após a afirmação de Goreng de que receberia um certificado ao término de sua estadia de seis meses no poço, Trimagasi afirma que deveria receber dois, pois iria passar 12 meses confinado, indicando que a experiência prática é a que realmente vale dentro do poço.

Trimagasi também exige a exclusividade de uso da palavra “óbvio”, remetendo à expressão pós-moderna “lugar de fala” que é usada pela esquerda burguesa para descreditar qualquer crítica pela racionalidade vinda de pessoas externas aos seus sectos identitários.

Goreng lê o livro para o seu primeiro companheiro de cela e fazem uma amizade franca em seu primeiro mês de confinamento, contudo, com a mudança de ambos para um andar inferior, Trimagasi amarra-o para cortar os seus pedaços com a faca e comer. Contudo, o velho da faca é incapaz de ler o texto sem a ajuda de seu companheiro, tendo a vista embaçada demais para interpretar as letras, representando os excessos da interpretação do mundo pelo senso comum.

Trimagasi, com toda a sua obviedade, cria regras com base em sua experiência na prisão vertical como “não fale com os debaixo” e “os de cima não vão te ouvir”. De fato, existe somente uma regra fundamental na torre: É proibido armazenar comida. Esta é uma nítida analogia à lógica capitalista da acumulação e, por analogia, ao sistema de fome, dívidas e escassez construído pela estrutura do sistema financeiro. Quando Goreng tenta convencer os debaixo de que é necessário deixar comida para os demais, Trigamasi lhe pergunta se ele é “comunista”.

OS SUICÍDIOS

Logo no começo do filme, Trimagasi afirma: “No mundo existe três tipos de pessoas: as de cima, as de baixo e as que caem”, fazendo referência àqueles que se matam atirando-se ao fundo do poço. Ele aponta que os ocupantes dos andares de cima têm muito o que pensar. Os suicídios no filme têm uma dupla perspectiva, uma delas são aqueles que não resistem à escassez nos andares inferiores e a outra uma analogia à depressão e ao medo dos ocupantes dos andares superiores em acordarem novamente nas partes mais baixas da torre.

O MAÎTRE

O maître é o ser superior, Deus, que por meio de seus empregados, que seriam os anjos, oferece os pratos favoritos de cada prisioneiro do Centro Vertical de Autogestão com a mais absoluta perfeição daquilo que a terra, a natureza dá. Contudo, ele é totalmente indiferente quanto aquilo que fazem as pessoas nos diferentes níveis da torre. Ao identificar um fio de cabelo na panna cotta, ele reage de maneira colérica contra o funcionário responsável pela falha. Em nenhum momento ele demonstra qualquer tipo de relação com os moradores da torre, sendo a figura que representa a administração da prisão.

O CACHORRO

Imoguiri é o nome de um famoso cemitério na Indonésia e em sânscrito significa “montanha de neve”, sendo uma maneira de se referir às cordilheiras do Himalaia. Ela é funcionária da administração da torre faz analogia aos governos social-democratas com câncer, expondo a contradição entre a “solidariedade espontânea” e a “solidariedade da merda” imposta à força por Goreng, visando melhorar a distribuição dos recursos entre as classes sociais. Ela trabalhou por muitos anos na administração, mas desconhecia sua estrutura de funcionamento e resolve entrar espontaneamente na prisão vertical em função de sua doença, com o privilégio de poder escolher em qual andar estará, no caso o 32.

Aparentemente, Imoguiri busca na torre alguma forma de redenção, acompanhada de seu cachorro Ramsés II, para quem ela dá a sua comida dia sim, dia não. O faraó Ramsés II é a mensagem que chega ao profeta Moisés do Antigo Testamento, como mensagem de Deus sobre a necessidade de retirar o povo hebreu da opressão e da escravidão. Para os egípcios, o cachorro é o protetor dos túmulos devido ao hábito de desenterrarem os mortos. Por este motivo, o deus Anúbis tem a forma de um cachorro, sendo o juiz dos mortos que arrancava os seus corações e decidia o destino de suas almas a partir dele. Além disso, talvez o nome egípcio represente o símbolo maçom da pirâmide do “Olho da Providência” que existe nas notas de um dólar, considerando que o pequeno cão é morto com a faca de Trimagasi pela mulher oriental, Miharu.

No andar 202, Imouguiri se enforca para alimentar Goreng no nível de total escassez, passando a conformar um par com Trimagasi que fazem um jogo entre o egoísmo e o altruísmo na mente do personagem principal, uma vez que ele se vê obrigado a canibalizar estes dois companheiros de cela para sobreviver nos estratos inferiores. Trimagasi, ou o seu fantasma, começa a chamar o herói de “messias da merda”, fazendo uma analogia de que teria deixado o seu corpo para ser comido, conforme a liturgia cristã.

O CARACOL

O escargot é um prato típico da culinária francesa, que ao mesmo tempo é uma forma de ostentação consumista e hedonista, um prato caríssimo, de acesso restrito e com baixíssimo valor nutricional, possuindo apenas valor simbólico de status social. É o prato favorito do personagem principal, eleito para constar no menu em sua entrada na torre.

Quando Trimagasi chama Goreng de caracol, novamente faz uma referência à postura da nova esquerda burguesa identitária do Dom Quixote, presa dentro de seu casco de caramujo para evitar o contato com o mundo real, evitando encarar a si mesma e as questões pragmáticas da vida em sociedade como ela é.

Em certa altura do filme, Goreng percebe que eles permanecem intactos na plataforma, possivelmente porque necessitam de utensílios específicos para serem degustados e talvez os prisioneiros nem mesmo saibam como comê-los ou tenham nojo de consumi-los. Cabe mencionar ainda que os caracóis foram considerados impuros pela Igreja católica até o século XVI por serem animais rastejantes, embora tenham sido o único alimento disponível para os pobres e camponeses durante os períodos de fome que assolaram a Europa nos períodos anteriores.

A FILHA

Miharu é uma cidade japonesa localizada em Fukushima e sua personagem faz analogia e antagonismo com a visão ocidental sobre os países orientais, tendo a personagem trazido a própria filha para a prisão vertical. Ao longo do filme, Miharu transita pelos diversos andares supostamente em busca da criança, descendo todos os dias pela plataforma e sofrendo constantes ataques por onde passa, que são repelidos com a fúria necessária para que ela sobreviva. Miharu se alimenta com naturalidade de carne humana, tratando-se esta de seu alimento cotidiano.

Na nossa interpretação, em certa medida Miharu representa a China e sua posição geopolítica e econômica no mundo contemporâneo, com o trânsito da influência e dos produtos chineses por todas as classes sociais. É ela quem salva Goreng da faca de Trimagasi e mata o cachorro Ramsés II. Merece destaque ainda que Imoguiri, a funcionária da administração, mente sobre a história de Miharu, dizendo que sua filha não existe, que ela era uma atriz fracassada que pretendia se tornar uma “Marilyn Monroe oriental” e que não existiam menores de 16 anos no Centro Vertical de Autogestão.

A CORDA

Baharat é o nome de uma mistura de especiarias utilizada na culinária turca, grega e do Oriente Médio, cujo personagem é um homem negro que acorda em euforia junto de Goreng no 6º andar. Ele traz consigo uma corda com a qual pretende escalar até o topo para sair do “inferno”, sendo questionado sobre a sua crença quando pede ajuda aos prisioneiros do andar de cima, que por sua vez lhe perguntam qual a sua religião e alegam que a “vida eterna” seria uma recompensa justa por “ajudar um negro”. Contudo, os superiores defecam sobre ele ao invés de auxiliá-lo.

Para os europeus, a corda é o símbolo da ascensão e da ligação com o oculto, representando a solidariedade universal entre os humanos e o poder dos deuses sobre as forças mundanas. Baharat é uma analogia aos imigrantes que vivem na Europa. Depois de ter a sua tentativa de ascensão e fuga frustrada, ele se junta à Goreng em seu plano para distribuir os alimentos de forma equânime em todos os andares da prisão vertical, mas a sua empreitada acaba sendo marcada por uma inevitável imposição de força pela violência para cumprir seu intento. Assim, Baharat representa João Batista, o último dos profetas, que desce com o Messias até os confins do mundo.

Segundo o diretor do filme, a iniciativa de Goreng e Baharat representa a sua visão do socialismo e transforma em ambidestra a crítica do filme ao sistema capitalista, que representa a falência de ambos os modelos sociais modernos.

A CADEIRA DE RODAS

Em sua descida pela plataforma, Goreng e Baharat encontram com Brambang, o sábio, cujo nome em javanês significa “cebola-roxa”, o principal ingrediente da culinária indonésia. Na simbologia europeia, a cebola representa o ego, formado por camadas que não chegam a um núcleo essencial, o que poderia ser alcançado somente pela espiritualidade.

Brambang representa a religião e é ele quem os alerta os heróis sobre a necessidade de dialogar primeiro com as pessoas para fazê-las entender a sua missão antes de partirem para a imposição de força que, ao fim e ao cabo, vem a se tornar inevitável.

A cadeira de rodas representa também a impossibilidade de Brambang cuidar de si mesmo sozinho, implicando em uma crítica aos falsos profetas, que cobram dinheiro de seus fiéis. O sábio preconiza que a missão de Goreng e Baharat não teria sentido sem que eles enviassem uma mensagem ao nível zero da torre, ressaltando que a mensagem não deveria ser direcionada à administração, pois esta “não tem consciência”, mas sim aos funcionários que, talvez, poderiam compreender o que se passa nos níveis inferiores.

A PANNA COTTA

A origem italiana da panna cotta pode estar relacionada ao Vaticano e à religião católica, bastante marcada em toda a trama do filme. É o prato escolhido pelo sábio cadeirante como mensagem a ser enviada para o andar mais alto. Sua indicação por Brambang aparentemente se trata de uma analogia às preces e orações destinadas à Deus e seus anjos, os trabalhadores, que ficam no nível zero, portanto, fora da torre.

OS ANDARES

Os andares representam evidentemente as classes sociais, com a brutal desigualdade entre os de cima e os de baixo, havendo entre eles os intermediários da classe média. De forma mais implícita, os significados do número de cada andar nos quais Goreng acorda a cada mês, 48, 179, 32, 202 e 06, podem se referência à datas que remetem a eventos históricos importantes, como o início oficial da “desnazificação” (1948), a ascensão de Margareth Tatcher ao poder (1979), eleição de Frankling Roosevelt (1932), o ano atual e as mudanças globais (2020), além de outras possibilidades de relações com datas históricas.

A simbologia numérica alcança seu ápice no final do filme, quando Goreng descobre que são 333 andares e, portanto, seriam 666 prisioneiros, revelando a referência explícita ao inferno e aos círculos percorridos na primeira parte da saga de Dante Alighieri na Divina Comédia.

Este ponto do filme abre questionamentos sobre a prisão vertical: Seria ela o inferno ou o purgatório? Estaria Goreng morto por seu hábito de fumar ? Seriam seus companheiros de cela personalidades que ele nega em si mesmo ? Quem sabe seria este o seu conflito constante com o egoísmo de Trimagasi e seu lado racional do “óbvio”; com o altruísmo ingênuo da funcionária da administração Imoguiri; com o seu amigo negro imigrante Baharat, visando a ascenção na torre e as diferentes formas de revolução social; com Miharu e a relação oblíqua dos europeus com os países orientais; com Brabamg e sua vocação religiosa pela espiritualidade. Goreng e Baharat encontram a menina no andar 333, oferecendo a ela a panna cotta para que se alimente. Seria ela, a filha, o verdadeiro messias ?

O imigrante morre e o personagem principal desce junto da menina até o fundo do poço, onde reencontra com Trimagasi que os recebe com uma frase do fim da jornada de Dom Quixote e Sancho Pança: “Juntos saímos e juntos peregrinamos; uma mesma fortuna e uma mesma sorte correu para os dois”. A criança sobe junto da plataforma rumo ao nível zero. Seria ela o nascimento de uma nova humanidade ou um símbolo da reencarnação ?

Segundo o diretor, chegaram a gravar um final no qual a garota sobe a plataforma, mas este foi cortado do filme, deixando-o aberto para interpretação dos espectadores se o plano dos heróis funcionou, se os superiores receberam a mensagem e se Goreng em algum momento esteve vivo naquela prisão.

LISTA DE ALGUNS FILMES UTILIZADOS COMO REFERÊNCIA PARA A DIREÇÃO E ESCRITOS PELOS MESMOS ROTEIRISTAS DE “O POÇO”:

– Expresso do Amanhã

– Psiconautas

– Los Niños Olvidados

– La Crisis Carnívora

– Birdboy

– Sangre de Unicórnio

– Ilha das Flores

– Parasita

– We Feed the World

– Cosmopolis

– Almacenados

– En el último trago

– Lunas de Marte

– Working Class

– Nós

– Jogos Vorazes

– O Cubo

Por Diogo Oliveira, antropólogo, em colaboração com Fernando Calzzani Júnior, Jefferson Marques e David Latrell a partir das discussões no Super Grupo no Telegram do Portal Rubem Gonzalez.


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