Em grupo de WhatsApp, presidente do Banco do Brasil diz que vida não tem ‘valor infinito’
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, fez comentários críticos ao isolamento social, na mesma linha que o presidente Jair Bolsonaro. Em mensagem em um grupo de WhatsApp, Novaes disse que vida não tem “valor infinito”.
“Muita bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a atividade econômica”
A discussão sobre a necessidade de isolamento ganhou mais força com o pronunciamento do presidente nesta terça (24), contradizendo recomendações do próprio Ministério da Saúde e na contramão da maioria dos países que estão na batalha contra o vírus.
Um ou outro Perguntado sobre a afirmação que fez nas mensagens, Novaes disse que o confinamento prolongado “causará depressão econômica com efeitos piores que os da epidemia”.
Afirmou também que “a questão não é apenas médica e mesmo alguns médicos concordam com a tese do presidente [Bolsonaro]”, disse ao Painel. “Depressão econômica também mata muita gente, principalmente entre os mais pobres.”
O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga pondera. Ele tem a opinião de que escolher isolar pessoas por razões de saúde leva à alguma perda econômica, mas que “esse trade off [abrir mão de um lado para ganhar do outro] é bem menor do que se imagina”. O economista afirma que, por isso, existe “a forte recomendação de evitar o pico de atividade hospitalar matador”.
O tempo de isolamento preocupa os integrantes da equipe econômica, que usa como exemplo a greve dos caminhoneiros –durou três semanas em 2018 e drenou 1,2 ponto percentual do PIB daquele ano, o equivalente à metade do crescimento previsto.
Os governadores que levantaram medidas de proteção colocam na conta de Luiz Herique Mandetta (Saúde) as restrições. Afirmam que o combinado era mandar as pessoas para casa por 15 dias e depois ir avaliando o desenvolvimento do contágio.
Até esta terça, 156 nações haviam fechado as suas escolas, segundo levantamento da Unesco.
Com informações: Folha de São Paulo