A Tosse de Bolsonaro

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Por Josh Del Castillo


Uma analise a respeito do cenário Político Brasileiro.


1- O PT e a criança de Salomão

 

Imaginemos que um fio de juízo adentrasse a cabeça dura do presidente e ele ajustasse um isolamento eficiente agora, segura a tal curva de contaminação, deixa o índice de mortes abaixo de países semelhantes e usa as medidas de expansão da Economia após esse primeiro impacto, chegaria a 2022 com um cenário de crescimento econômico. Seria fácil uma reeleição nesse cenário tão óbvio.

Mas ele prefere ouvir o Monstro do Pântano da Virgínia e seus filhos idiotas, sendo contrário às medidas de isolamento, papagaiando Cloroquina (o novo Nióbio, ele gosta de palavras novas) e joga contra o próprio patrimônio.

Dessa forma, a crise sanitária estoura agora em final de maio, o que vai levar a um isolamento longo e muito mais rígido, e sua popularidade derrete ao ponto de viabilizar um impeachment relâmpago.

O Ano de 2022 passa a ser um canário de caos econômico e o bolsonarismo cai de vez em desgraça. E tudo isso só por conta da atuação dele, sem a participação da oposição.

Aí vem minha crítica ao nosso campo:

O PT tem se colocado contra um provável impedimento do Bozo, talvez porque esteja de olho no caos futuro e a possibilidade de capitalizar com isso em 2022. Mas, de verdade, será o custo humano vale a pena ? Será que vai compensar uma volta ao poder para administrar um cemitério ?

Não seria essa postura mesma a aquela da mãe que, ao procurar o sábio Rei Salomão para dirimir sobre a maternidade do filho, concordou com a divisão (e consequente morte) da criança apenas para ter sua “verdade” confirmada? Ou não seria mais magnânimo e Histórico se os líderes do partido resolvessem abrir mão do reconhecimento da maternidade para manter o filho são e salvo?

Não vamos ensinar o Bolsonaro a acertar, mas o erro dele pode, e vai, custar muitas vidas. Derrubá-lo pode ser o remédio para salvar essas vidas, mesmo que isso signifique uma possível reeleição do Mourão.

Mas 2022 ainda é cenário distante… Mourão não é Itamar e o PT não precisa ser a ponta de lança desse impeachment (o que atrapalhou bastante em 94, além das duras críticas ao Real, na época). Não repetir os erros do passado não significa errar diferente agindo de maneira diametralmente oposta, mas ajustar as velas para o novo cenário e mostrar que está agindo sempre em prol do bem estar do povo, mesmo se isso significar ajudar a construir um cenário adverso eleitoralmente.

Quando fazemos o jogo do “quando pior melhor”, situação de Pandemia, nos colocamos ao lado de gente como Bolsonaro, Temer e todos os nossos rivais.

Primeiro é preciso salvar a vida da criança, para uma mãe de verdade, a vida e o bem estar do filho é tudo, mesmo que isso signifique para perder a guarda para uma impostora.

2- Bolsonaro é tão imbecil que facilita o trabalho dos seus rivais.

 

Se ele ajusta um isolamento eficiente agora, segura a tal curva de contaminação, deixa o índice de mortes abaixo de países semelhantes e usa as medidas de expansão da Economia após esse primeiro impacto, chegaria a 2022 com um cenário de crescimento econômico. Seria fácil uma reeleição nesse cenário tão óbvio.

Mas ele prefere ouvir o Monstro do Pântano da Virgínia e seus filhos idiotas, sendo contrário às medidas de isolamento, papagaiando Cloroquina (o novo Nióbio, ele gosta de palavras novas) e joga contra o próprio patrimônio.

Dessa forma, a crise sanitária estoura agora em final de maio, o que vai levar a um isolamento longo e muito mais rígido, e sua popularidade derrete ao ponto de viabilizar um impeachment relâmpago.

O Ano de 2022 passa a ser um canário de caos econômico e o bolsonarismo cai de vez em desgraça. E tudo isso só por conta da atuação dele.

Não é possível que o Bolsonaro e seus filhos não perceberam que, numa situação de caos social, com pilhas de mortos nas ruas e câmaras frigoríficas mas portas de hospitais (como já acontece em Manaus) e um consequente e inevitável fechamento mais rígido daqui a pouco, vai quebrar mais pesado ainda a Economia do que fazer as coisas com planejamento e estratégia.

Seguindo nessa história de manter a Economia agora, vai criar um caos total pra 2022, e o PT estará lá, pronto para lembrar que “transformou a crise de 2008 numa marolinha” e que “teria feito do meio certo”, e vai ganhar, mesmo com um poste como Haddad. E dessa vez com apoio da Globo e de todo mundo, porque um parente morto tem um peso muito maior na vida das pessoas do que alguns meses de dureza – com isso o povo tá acostumado. E o PT, de olho nesse cenário de 2022, está contra qualquer impeachment do Bolsonaro, porque está apostando no “quanto pior melhor”, e o Bolsonaro age como cabo eleitoral deles.

Alguém precisa abrir os olhos do nosso presidente, antes que seja tarde demais.


Conclusão:

 

A incapacidade é gritante, mas não é exclusividade de ninguém. Uns acusam os outros de fazer política em cima da situação grave da Pandemia, mas todos estão fazendo política sempre. O que não é de tudo ruim, se fosse política com o maiúsculo, tipo as da polis grega. Mas o que vemos é um espetáculo grotesco de brigas partidárias e de egos inflados.

Imaginemos que o PT encerre suas atividades em uma semana: o que restaria do Bolsonaro ?

Quem ele escolheria para arquiinimigo ?

A tese sem antítese não é síntese, é desequilíbrio e autodestruição. O capitão Bolsonaro e sua turma não sabem ser situação, não têm maturidade para assumir responsabilidades, precisam fisiologicamente de se colocar como oposição a alguém ou alguma coisa: PT, vermelhos, China, Cuba, Venezuela, Nova Ordem Mundial, Reptilianos, Globalistas, comunistas, etc.

Precisamos tirar os antagonistas, esvaziar esse discurso de divisão, para que o bolsonarismo mostre o que ele tem de propositivo: NADA.

Josh Del Castillo é músico e bacharel em História pela UFJF


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