Governo passa imagem de fracasso: Bolsonaro e Guedes caem, Teich reage

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Percepção foi analisada a partir de conteúdos de oito veículos de imprensa de grande relevância.

O Governo Federal cristaliza a imagem, projetada pela mídia impressa e nos telejornais, de frágil e incompetente na gestão da Covid-19. Os índices de imagem do governo entre os dias 4 (segunda-feira) e 10 de maio (domingo) caíram a -3,09 nos jornais (-2,64 e -1,54 nas duas semanas anteriores), e -2,06 nos telejornais (antes -1,58 e -0,87) numa escala de +5 a -5.

Nos veículos impressos, o presidente Jair Bolsonaro amarga o índice de -4,13, contribuindo o aspecto de valor com -1,80, de gestão com -1,20, e de relacionamento com -1,13. Imagem de irresponsável, atributo de valor (dimensão ética), quando o presidente anuncia que iria organizar um churrasco no momento que o país contabilizava mais de 10 mil mortos pela pandemia.

A imagem de incompetente, atributo de gestão, aparece no noticiário sobre a tentativa de Bolsonaro em transferir ao Supremo Tribunal Federal a responsabilidade pela gestão da crise da Covid-19, quando é ele o líder que deve trazer as respostas. Contribuem para a imagem negativa do presidente a reprodução pelos jornais do artigo da revista inglesa “Lancet” que o aponta como a maior ameaça ao combate à Covid-19 no Brasil.

O ministro Paulo Guedes aparece na semana com -1,85 – antes era -0,47. A imagem de Guedes é ambígua – em gestão (-1,34) ora tem apoio de Bolsonaro, mas também revela vulnerabilidade quando o mesmo Bolsonaro admite liberar reajustes salariais a servidores de estados e municípios. O discurso contraditório do presidente gera instabilidade à relação de ambos, com índice de -0,51 para o aspecto Relacionamento de Guedes. Não houve projeção em valor.

A imagem do ministro Nelson Teich (-1,04) – antes era -1,71 – é de frágil, lento e “tutelado por militares”, com -0,72 para gestão. Mas reduziu o desgaste em Relacionamento (-0,18) pelos atributos de cooperação e empatia graças à cobertura das viagens que fez a Manaus e ao Rio de Janeiro, e da divulgação de nota de pesar às famílias de mortos pela Covid-19. Em valor (-0,14), imagem de não transparente, por falta de clareza em sua posição sobre isolamento social.

Na cobertura dos telejornais, Bolsonaro tem um índice de -3,63 – na semana anterior foi de -2,73 – pior que o índice do governo. Teich tem -0,65 e melhora em relação à semana anterior que foi de -1,16. Guedes não foi citado na cobertura da pandemia.

Uma crise predominantemente de gestão percebida nos dois tipos de veículos – o governo frágil que não entrega soluções -, mas também com desgaste nos outros dois aspectos da imagem – valor (crise moral e ética) e Relacionamento (crise de comunicação). A intensidade da crise é maior nos veículos impressos, sobretudo pelos textos analíticos.

A deficiência da liderança política é o principal tema de desgaste do Governo Federal quando analisadas as coberturas dos jornais e noticiários de televisão. Somam 82 textos nos jornais impressos em um total de 201 textos, e 25 minutos em tempo dedicado pelos noticiários de TV de um total de 68 minutos dedicados à cobertura da pandemia.

A condução das ações de proteção à vida – a saúde – foi o assunto mais explorado e com enfoque mais negativo nos telejornais – 30 minutos com registros negativos e destaque para o aumento de casos e mortes e para a dificuldade do governo de comprar respiradores. Em outros 11 minutos com análise positiva, visita do ministro Nelson Teich a Manaus e ao Rio de Janeiro.

Na cobertura da pandemia do coronavírus, os quatro principais jornais impressos do Brasil publicaram, entre 0h do dia 4 (segunda) e 23h59 de 10 de maio (domingo), 201 matérias – 176 negativas (88%) e 25 positivas (12%). Na semana anterior, a visibilidade negativa era de 80%, piora de 8 pontos percentuais.

Quatro relevantes telejornais produziram 68 minutos sobre o tema – 55 negativos (81%) e 13 positivos (19%). Na semana anterior, a visibilidade negativa era de 70%, piora de 11 pontos percentuais.

Nos dois grupos de veículos, as oscilações mantiveram-se dentro de patamar negativo. A queda mais acentuada foi motivada, em ambos os casos, pela declaração do presidente Jair Bolsonaro de fazer um churrasco no Alvorada no momento que o número de morte chegava a 10 mil. Nos impressos, a queda começou na sexta-feira (dia 8) e seguiu pelo sábado (9). Nas TVs, na sexta (8).

Com informação Monitor Digital


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