Brasileiros são que menos acreditam que país deu boa resposta à Covid

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Pesquisa mundial sobre pandemia e democracia revela queda de apoio aos EUA e críticas ao sistema de regime democrático.

O Índice de Percepção da Democracia, divulgado pela Dalia Research e pela Alliance of Democracies Foundation, mostra que 70% das pessoas acreditam que seu país deu uma boa resposta ao Covid-19. As maiores aprovações vêm da Grécia (89%), Taiwan (87%), Irlanda (87%), Coréia do Sul, Austrália, Dinamarca (86%). O Brasil aparece na ponta oposta da pesquisa: apenas 34% da população acredita que houve uma boa resposta no combate à pandemia. Em seguida, no pé da tabela, mas distantes, aparecem França (46%), EUA e Itália (53%), Reino Unido (58%).

A pesquisa foi realizada com mais de 120 mil pessoas em 53 países. É a terceira parte do estudo anual sobre democracia. Segundo a Alliance of Democracies, 78% das pessoas acreditam que a democracia é importante, mas apenas 53% acreditam que seu país é democrático. “A Covid-19 é um teste de estresse político global para democracias e autocracias. Este novo estudo, durante um período de pandemia, mostra que o apoio global à democracia ainda é alto, mas as pessoas em todo o mundo não sentem que seus governos a estão entregando”, afirma nota da ONG.

Apenas seis em cada dez pessoas em países classificados pela entidade como livres acreditam que sua nação é democrática. A percepção é pior entre húngaros e poloneses: pouco mais de um terço acreditam que seus países são democráticos. Metade dos americanos e pouco mais da metade dos franceses, italianos e belgas dizem que seu país é democrático.

Apenas um terço dos europeus acredita que os Estados Unidos apresentam um impacto positivo na democracia global, em comparação com a metade que afirma ter um impacto negativo. O número positivo caiu 4% desde 2019.

Anders Fogh Rasmussen, presidente da Alliance of Democracies Foundation, ex-chefe da Otan e ex-primeiro-ministro dinamarquês, vê com preocupação a visão decadente dos EUA entre os europeus. “Em um mundo de ameaças crescentes a esses valores, devemos ver a imagem maior e formar uma aliança global de democracias para enfrentar os autocratas encorajados que prosperam em nossa divisão.”

Todos os países pesquisados mostram um “déficit democrático” – diferença entre a porcentagem que considera importante a democracia e aqueles que sentem que vivem em um país democrático. Os maiores déficits foram registrados na Venezuela (50%), Polônia (48%), Hungria (42%), Ucrânia (39%) e Tailândia (35%).

A concorrência entre EUA e China é visível na pesquisa: a parcela de chineses que pensam que os Estados Unidos têm uma influência negativa na democracia em todo o mundo quase dobrou desde 2019, de 38% para 64%, elevando a China ao topo do ranking de país mais crítico dos EUA.

A polarização e a queda no apoio aos norte-americanos é visível em outra pergunta: apenas um terço das pessoas em todo o mundo disse que os EUA deram uma boa resposta à Covid-19, em comparação com mais de 60% que disseram que a China deu uma boa resposta.

Com informações Monitor Digital


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