Governo atende menos de 10% da necessidade das micros

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Crédito pode somar R$ 18 bi, ante necessidade de R$ 200 bi, e só chegou a 0,25% das empresas.

Empresários e parlamentares falaram língua diferente do governo durante a reunião online da comissão do Congresso Nacional que fiscaliza as ações de combate à crise decorrente da pandemia. O representante do Ministério da Economia, Carlos Costa, afirmou que o Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe) está tendo um resultado “excepcional” desde segunda-feira.

A senadora Katia Abreu (PP-TO) discordou. Citando dados oficiais, ela pede que tanto o governo quanto o Parlamento repensem o que vem sendo feito até agora. “No Brasil há 7 milhões de micro e pequenas empresas, e nesta conta eu excluo os MEIs [microempreendedores individuais]. O Pronampe só chegou até agora a 18 mil empresas, ou seja, 0,25% do segmento”, afirmou, segundo a Agência Senado.

O presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuas (Conampe), Ercílio Santinone, disse que cerca de 50% desse público não tem conta bancária em nome da entidade ou da empresa. “Eles trabalham com a sua conta bancária pessoal. E outros nem pessoalmente têm conta bancária porque, em função de qualquer contratempo, perderam o seu crédito, foram negativados e ficaram sem condições de operar qualquer atividade bancária.”

Carlos Costa garantiu que o Pronampe liberou mais de R$ 3 bilhões, 67% para microempresas e 33% para as pequenas. “O aumento no desembolso está sendo tão robusto, que nossa preocupação agora é que a linha de crédito de R$ 15,9 bilhões, que alavancam R$ 18 bilhões na ponta, deve acabar em breve.”

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) criticou as medidas. “O FGO [Fundo Garantidor de Operações] garante R$ 15 bilhões no âmbito do Pronampe, mas o fato é que precisa ser muito mais do que isso”, disse o senador. “Não adianta, os bancos não vão assumir qualquer risco nessas operações. Falemos francamente, se o fundo não chegar a uns R$ 200 bilhões, vai ter muita quebradeira.”

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) afirmou que 31% das micro e pequenas empresas no Mato Grosso hoje estão fechadas; 29,5% destas empresas já demitiram funcionários; e 44% deste segmento buscou crédito em instituições financeiras, mas 64% delas foram ignoradas.

Com informações Monitor Digital


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