Sara Winter, o estupro, o aborto e uma cilada para a esquerda…

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Por Thiago Espindula

A Segunda-Feira iniciou com uma polêmica forte na rede ligada à ativista bolsonarista Sara Winter, figura que tem como função principal provocar a esquerda e extrair comportamentos reativos e irracionais do campo progressista. No episódio atual, não foi diferente: a questão envolve o caso de estupro, gravidez e aborto de uma menina de 10 anos, o que já confere à situação uma atmosfera absolutamente perigosa e suspeita. Como não poderia deixar de ser, a esquerda se engajou e tratou de agir da pior maneira possível reativamente.

A ativista Sara Winter tem o papel político de provocar a esquerda.

No caso em questão, Sara Winter expôs dados da menina e trabalhou em confluência para gerar um movimento de crítica ao aborto, o que ativou certos setores conservadores da sociedade. Em resposta a isso, houve um levante progressista na rede atacando Sara Winter, porém indo além disso: promovendo inúmeras postagens criticando princípios cristãos, o que se presta logicamente a cumprir a agenda estabelecida pela direita.

Sobre isso, não podemos esquecer que, muito provavelmente, são portais ligados à própria direita que trabalham com o objetivo de produzir postagens que induzam a esquerda a agir baseada no ódio, na reatividade e na irracionalidade. Não à toa, uma parte considerável das discussões e compartilhamentos superou (e muito) a mera crítica à ativista bolsonarista, virando um ataque direto a vários princípios cristão, e ao próprio cristianismo, o que configura um erro político grave em um país de quase totalidade cristã (católica ou evangélica).

Não podemos deixar de perceber que a intenção de Sara Winter (ou melhor, de quem a orientou a fazer o que fez) era justamente provocar uma ação de setores mais conservadores para que os setores mais escandalosos do progressismo fizessem exatamente o contrário, ativando o sentimento de quebra da sociedade em torno de temas morais. Nesse caso, como a maioria da sociedade é cristã, a tendência é de que a direita consiga manobrar a situação desidratar a esquerda diante dos brasileiros e de levar o povo brasileiro a aderir às pautas bolsonaristas.

Nas redes, não faltaram nem a busca de referências filosóficas para atacar os cristãos, como se pode perceber pelo fato do pensador alemão Nietzsche estar nos “trend topics” do Twitter. As postagens ligadas ao pensador traziam frases suas criticando o cristianismo, junto com palavras de apoio ao aborto, o que deve se transformar em lindos “prints” de tela enviados pelos subterrâneos do “zap” para apresentar aos brasileiros uma esquerda “abortista” e que cita Nietzsche, “aquele pensador ateu que quer ver deus morto”. Jogada de mestre!

Parágrafo avulso: a ideia de que Nietzsche queria matar deus é uma brutalização de seu pensamento, mas imagine a quantidade de estrago que não pode ser promovida utilizando essa distorção.

Nietzsche apareceu em postagens “progressistas” nas redes que faziam críticas ao cristianismo.

Não podemos esquecer que Sara Winter é figurinha carimbada de outros carnavais, tendo marcado presença nos atos de 2013, só que, daquela vez, ao lado do dito feminismo mais radical, de corte liberal e burguês, porém também contribuindo para promover a clivagem social em torno de temas morais, e normalmente desfavorecendo a esquerda. Agora, ela se encontra cumprindo o papel de conservadora, mas ainda trabalhando em prol da direita ao servir como elemento provocador da reatividade progressista, irrefletida e ingênua. É justamente por isso que precisamos ver o identitarismo e o conservadorismo como elementos que atuam de maneira complementar, uma vez que o conservadorismo abre pautas morais para que o identitarismo pressione a esquerda a se posicionar de maneira impopular. Fazendo isso, indispõe o campo popular ao povo brasileiro, normalmente imbuído de muitos sentimentos que concordam com o conservadorismo.

Por fim, é preciso registrar que, enquanto a esquerda se atola em discussões morais e que agridem o bom senso e as crenças da maioria dos brasileiros, Bolsonaro capitaliza sobre um auxílio emergencial que não queria pagar e sobre bravatas populistas, ganhando musculatura política para avançar ainda mais na sua agenda de trabalho para as elites nacionais e transnacionais. É por esse motivo que a esquerda precisa despertar para as armadilhas montadas pelo bolsonarismo, que conhece técnicas de psicologia social e os temas que ativam a polêmica popular, e evitar entrar de cabeça em discussões gigantescas e improdutivas.

A seguir, vídeo sobre o assunto discutido no texto.

Com informações Verdade Concreta


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