Despesa com servidores no Brasil não é maior que a da OCDE

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Estudo do Instituto Millenium e CNI ignora despesas com aposentados.

A comparação entre as despesas com servidores públicos ativos e inativos no Brasil, que alcança 13,4% do PIB, enquanto a média da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) seria de 9,9% do PIB não considera que os dados da maior parte dos países da OCDE não incluem as despesas com aposentados.

“Enquanto no Brasil as despesas intraorçamentárias (contribuição do governo aos Regimes Próprios) e a imputação contábil do déficit previdenciário inflam os gastos com pessoal (…), na maior parte dos países da OCDE isto não é feito. Sem as imputações, o gasto com servidores ativos no Brasil está no mesmo patamar do que a média da OCDE”, explica o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado.

Na semana passada, especialistas se reuniram em debate virtual organizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público. O professor de Economia da Unicamp Márcio Pochmann disse que a reforma administrativa proposta pelo governo (PEC 32) não parece ter um objetivo de longo prazo e adota um modelo de contratação que vigorou na República Velha, antes de 1930, quando os gestores tinham liberdade para contratar sem concurso.

Segundo o Fórum Nacional, o aparelhamento pelos chamados “cargos de liderança e assessoramento” pode ser de até 100 mil postos de trabalho no serviço público. A reforma mantém os concursos para alguns tipos de contratação, como os cargos típicos de Estado.

“Nós estamos jogando fora, na verdade, um patrimônio, um ativo, que demorou muitos anos para ser construído. No meu modo de ver, é um equívoco imaginarmos que esse receituário vai oferecer qualquer perspectiva de melhora. Pelo contrário, ao que parece é que nós estamos tendo como futuro a volta ao passado”, lamentou Pochmann.

O professor de Economia da UFMG Frederico Jayme Jr. disse, segundo a Agência Câmara, que o gasto público pode ser promotor de crescimento econômico e que isso não vem sendo levado em conta. E ressaltou que o servidor público estável tem um papel importante. “A gente está vendo que está ocorrendo um desmonte do Ibama e da fiscalização ambiental. Mas não fossem os fiscais ambientais para se contrapor a esse desmonte, a situação seria muito pior.”

Com informações Monitor Digital


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