Motoristas acreditaram nos apps e se deram mal

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Por Marcos de Oliveira

Nas eleições do ano passado, os eleitores da Califórnia foram chamados a aprovar uma exceção à Lei AB 5, que concedia direitos a trabalhadores da “economia de bicos” (gig economy). A Prop 22, elaborada por empresas de transporte como Uber e Lyft, deixava os motoristas sem esses direitos.

Movida a milhões de dólares de campanha, que angariou apoio dos próprios trabalhadores dos aplicativos, a Prop 22 foi aprovada. As empresas retiraram sua pele de cordeiro e estão impondo condições leoninas aos motoristas, com aumento dos custos para passageiros e redução dos ganhos para os (quase) empregados. Quanto aos benefícios de seguro-saúde prometidos, apenas 14% dos motoristas estão elegíveis ao apoio.

Por outro lado, a Califórnia deve aprovar nesta quinta-feira resolução determinando que os veículos elétricos respondam por 90% das milhas percorridas por carros de aplicativos até 2030. Uber e Lyft recentemente anunciaram meta mais ambiciosa: converter integralmente suas frotas dos EUA para carros elétricos até 2030.

Diante disso, são contra a norma da Califórnia, pois diz que o custo recairá sobre os contribuintes. Mas admitem que, sem subsídios, não haverá como arcar com a transição. Há coerência aí?

Após uma década de atuação, nem Uber, nem Lyft apresentaram 1 dólar de lucro. Porém, a especulação na Bolsa garante à primeira valor de mercado de US$ 86 bilhões e à segunda, US$ 16 bilhões.

 

Quem pegar primeiro

O Wabi, espécie de Uber do ramo de alimentos, já chegou em 12 países, por meio de investimento da Coca-Cola, e movimentou mais de R$ 24 milhões em vendas no ano passado. Em 2021, quer multiplicar o faturamento por 8 e expandir a operação para outros estados, principalmente o Nordeste.

O negócio funciona assim: o consumidor entra no aplicativo, faz o pedido, e o primeiro pequeno comércio da região que aceitar fica com a venda e a responsabilidade da entrega. O frete não é cobrado ao cliente.

Com informações Monitor Mercantil


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