Lula e a Curva do Rio

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Nos últimos dias, Lula fez uma incrível jogada, digna de um “gênio” da política ao filiar quadros para a provável Frente de Esquerda que teria como objetivo “derrotar” Jair Messias Bolsonaro. O mais curioso dessa manobra é perceber que os quadros que se filiaram aos partidos da Frente acabam tirando mais proveito dela que o próprio Lula. Não é novidade que o Metalúrgico do São Bernardo do Campo está sendo mal assessorado desde o fatídico dia em que deram a ele o conselho de se entregar, pois ficaria em Curitiba por no máximo 15 dias, pelo que contaram a época. E até quem não se interessa por política chega à conclusão que os “contratados” estão se agarrando ao Lula com tábua de salvação para o Brasil, que há 3 anos atrás elegeu Jair Messias Bolsonaro. O pessoal que é mais crítico e conhece da política carioca e nacional destila veneno com a seguinte afirmação – Lula acabou de reunir um monte de Zeros às Esquerdas.

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Essas opiniões são proferidas por pessoas que acompanham de perto as carreiras das figuras públicas que agora fazem parte da Facção Lula. O interessante é que o ex-presidente trouxe de volta a ideia que a Gleisi Hoffman enterrou em 2018 que seria uma União das Esquerdas, o que afetou e muito o desempenho dos políticos que agora estão na órbita do PT. Iremos apresentar as trajetórias dos partidários que resolveram fazer parte dessa empreitada.

Leonel Brizola Neto – O neto do Leonel Brizola participou da “convergência lulabrizolista” com Lula como forma de firmar compromisso para 2022. Ele foi eleito vereador pelo PDT em 2012, no ano de 2015 por divergências se filiou ao PSOL e dentro da agremiação teve inúmeras polêmicas por ser um quadro dissonante do resto da sigla. Interessante notar que pelo PDT foi eleito com 24 mil votos em 2012, foi para o PSOL e em 2016 se manteve como vereador só que seu capital político diminuiu pois obteve 11 mil votos e em 2020 não conseguiu se eleger, mesmo tendo gasto 80 mil reais. Uma campanha que não pode ser considerada pobre quando se trata de eleição a vereador no Rio de Janeiro. Este faz parte dos partidários da ideia que vê na associação com o Lula a oportunidade de ressurgir no campo político.

Jean Wyllis – O Ex-BBB se filiou ao Partido dos Trabalhadores não faz muito tempo, este foi político pelo PSOL faz 10 anos. Conseguiu o mandato de deputado federal em 2010 na sua primeira eleição com 13 mil votos pois foi puxado pelo colega de partido Chico Alencar que obteve 240 mil votos, em 2014 conseguiu o feito de conseguir 144 mil votos e ser eleito por sua atuação política e ter tido uma melhor estrutura para fazer campanha. Só que de acordo com o Jornalista Reinaldo Azevedo, a causa desse repentino crescimento se deve a rixa que o Deputado tinha com Jair Messias Bolsonaro, segue trecho da análise feita pelo Jornalista quando este era colunista da Veja.

… sustento que parlamentares como este senhor, numa ponta, e Jean Wyllys (PSOL-RJ), na outra, são opostos e complementares. Eles se estapeiam verbalmente para atrair eleitores que “odeiam” o outro lado. Um depende do outro. O eleitorado de Wyllys cresceu 10 vezes de 2010 para 2014 (de 13 mil para 144.370); o de Bolsonaro saltou para 464 mil neste ano, contra 120.646 na eleição passada — aumentou três vezes.

Quem ouve Bolsonaro falar fica com a impressão de que ele lutou alguma guerra importante ou teve algum papel relevante no combate à subversão. Uma ova! Nascido em 1955, no prontuário, tem, no máximo, um caso de indisciplina. Wyllys, nascido em 1974, era candidato apenas a celebridade. Não foi ele que descobriu a extrema esquerda; foi a extrema esquerda que o descobriu. O que essa gente representa do Brasil real, de forças políticas realmente relevantes? Resposta: nada. Bolsonaro tem sido eficiente é em criar o clã dos… Bolsonaros: um filho é vereador, e outro, deputado estadual.

–  Reinaldo Azevedo

Seguindo pela linha de raciocínio do Reinaldo Azevedo, o psolista virou um belo cabo eleitoral de Jair Bolsonaro, por que em 2014 ele triplicou número de votos e conseguiu ganhar projeção usando Wyllis e outras personalidades como Trampolim. Voltando no caso de político baiano, no ano de 2018 conseguiu 24 mil votos, teve uma queda de 120 mil votos e foi eleito graças ao um puxador de votos pelo partido. O que dá para ponderar é que foi uma conjunção de fatores a respeito da sua queda, uma delas é que o povo fluminense acabou se desinteressando pelo deputado que foi marcado por servir de escada para o Bolsonaro. Algo que tem que se apontar que o perfil Conservador acaba ganhando espaço no país em crise, o que explica a queda do Jean Wyllis e a eleição do Jair Messias Bolsonaro. Povo não liga de votar em personalidades libertárias quando a economia está em pleno vapor, mas quando a crise bate à porta os desempregados e quem está se matando de trabalhar dão prioridade do seu voto a políticos que defendam políticas estruturais e deixam as liberdades individuais de lado.

Acabou que em 2019, o deputado alegou estar sendo perseguido e desistiu do seu mandato, e David Miranda acabou assumindo o posto de deputado federal. Atentamos que as mídias alternativas de Direita defendem a narrativa que ele vendeu seu mandato para seu colega de partido, além de não leva a sério as suas acusações.

Voltando para a aquisição que o PT fez, o partido terá que reinventar a imagem do deputado, colocar o Lula no Santinho do Jean Wyllis não é garantia de que se eleja para algum cargo no Brasil que ainda se encontra em Crise e com Bolsonaro mantendo sua popularidade. Jean Wyllis é mais um que entra no time do Lula, tábua de salvação.

Marcelo Freixo – Freixo largou o PSOL, partido que ele era considerado com garoto propaganda, para se filiar ao PSB e abraçou o Lula ao mudar de partido. O que está sendo dito é que ele virá como candidato a Governador, não há como fazer uma projeção se vai de fato se tornar um candidato forte para o ano que vem analisando a quantidade de votos que ele obteve nos cargos do qual ele almejou. Consta no seu currículo as derrotas contra Eduardo Paes e Marcelo Crivella.

Marcelo Crivella é um caso à parte, pois este foi para o segundo turno com Freixo e usou de estratégia nos dois turnos. No primeiro turno, Crivella ignorou Freixo e o tratou de forma respeitosa para no segundo turno focar em atacar a partir do domingo que foram anunciados como adversários no segundo turno.

Pouco sabem mais, o Crivella foi o pioneiro em campanhas difamatórias via Whatsapp, talvez ele seja o Pai do Gabinete do Ódio por que como todos sabem, Bolsonaro só copia as ideias que já mostraram serem bem sucedidas. E nessa eleição foi constatado que o Freixo tem telhado de vidro, pois já foi disseminado que ele é político com ligações com Comando Vermelho como foi disseminado nas fotos divulgadas pelo Whatsapp por números de Celular oriundos do estado de São Paulo e Minas Gerais. Esse seria o calcanhar de aquiles do deputado, que foi amplamente divulgada e trabalhada pelos seus opositores que usaram de outros ocorridos que envolveram Freixo. Parte da sua rejeição se deve a isso e ele pelo que parece não tem a mínima ideia de com lidar com isso.

Junto com Jean Wyllis, Freixo também colocou Jair Messias Bolsonaro com algoz. O que leva um Revanchismo que serve para manter suas bases eleitorais. E nessa ciranda que ambos fazem entram as Milícias, a morte da Marielle Franco, o Conservadorismo, Pós-Modenismo, Sionismo, Forças de Segurança e ambos se mantêm no poder colocando seus eleitores nessa dinâmica nociva para o País.

Se forem parar para pensar, o PT trouxe para dentro de suas fileiras Tiburi, Freixo de Jean Wyllis e desse jeito o partido da estrela vermelha, vem desidratando o PSOL. Talvez puxem o tapete do Boulos e ele não venha disputar o cargo de Governador de São Paulo, para projetar Fernando Haddad como candidato a governador de São Paulo. Só monitorando para ver qual será o desfecho da campanha a governador de São Paulo.

Flávio Dino, Manuela D’Ávila e Orlando Silva – Em meados de Junho e Julho de 2020, foi ventilado que o Governador Flávio Dino iria para o PSB sendo cotado para ser o candidato do partido a presidente pelo partido. Um ano depois Ele, Manuela D’Ávila e Orlando Silva devem se filiar ao PSB, não está certo se o Dino será candidato a presidente por que agora Lula foi inocentado e se tornou candidato que apontam que o terá mais chances de tirar o Bolsonaro do posto de Presidente, o interessante que o Lula se for disputa contra outros candidatos não tem todo esse favoritismo. Temos que fazer um retrospecto do antigo partido dos políticos citados.

No caso dos três dá a entender que o Partido dos Trabalhadores tá conseguindo o seguinte feito, acabar com o PCdoB. Ocorre que Manuela D’Ávila acabou virando vice de Fernando Haddad em 2018, e automaticamente alvo de toda sorte de boatos, vídeos e imagens direcionadas ao seu âmbito pessoal. Depois da campanha, relatou os problemas causados pelo gabinete do ódio, e também colocou na mesa o fato de ter sido deixada de lado pelo PT durante a campanha, por quem foi tratada como vice decorativa. Considera ter sido apenas uma moeda de troca para o acordo firmado entre os partidos.

Passadas as eleições, temos um presidente que foi eleito com slogan “melhor Jair se acostumando”, e um dos primeiros movimentos que o PT fez durante esse governo foi articular para colocar o PCdoB na ilegalidade de acordo com as novas regras eleitorais. Sim, o próprio PCdoB (!), partido aliado por todos esses anos – que teve Jandira Feghali lutando contra o golpe nas eleições municipais de 2016, bradando “Lula Livre” e colocando toda sua militância para fazer ativismo em defesa da chapa petista. Ao fim, o PCdoB só não deixou de ser um partido graças a Orlando Silva, que negociou uma fusão com o PPL.

É assim que o Partido dos Trabalhadores trata os aliados de longa data. Sem contar a novela da votação para presidente da Câmara de Deputados – evento em que o PT e sua Blogosfera acusaram o PDT e PSB de serem golpistas porque as direções dos partidos teriam orientado seus deputados a votarem em Rodrigo Maia em vez de Marcelo Freixo. No fim das contas, o tal bloco da “esquerda unida” – que tinha 98 deputados – deu 50 votos para Marcelo Freixo, 30 para João Henrique Caldas do PSB, e o restante para Rodrigo Maia. Ao fazermos contas de padaria, considerando que alguns deputados do PDT deram voto a Marcelo Freixo e que outros partidos também o fizeram, chegamos à conclusão de que dentro do próprio PT houve deputados que não votaram em Freixo, traduzindo novamente a completa esquizofrenia do partido.

Dessa vez, pelo jeito o PCdoB está com dias contados, seus principais quadros indo para o PSB, poucos têm ideia o que irá acontecer com atual PCdoB. E isso pode ter sido por erro de cálculo dos atuais dirigentes, um exemplo disso foi o Flávio Dino que foi até votar com camisa Lula Livre no ano passado, os candidatos que receberam seu apoio não foram eleitos. E o partido que tinha eleito 46 prefeitos, teve que se contentar com a eleição de 22 prefeitos em 2020 no estado do Maranhão. Outra coisa que tem que se levar em consideração agora com essa facção Lula, o Antipetismo está firme e forte. O PCdoB acabou sendo afetado e muito pela o ranço que se deve aos 14 anos de governo petista.

O PT colocou o PCdoB como linha de frente para serem desgastados pelo máquina de assassinar reputações Bolsonaristas, e o interessante que vendo o desempenho do PT e PCdoB percebe-se que os militantes dos Partidos dos Trabalhadores votaram só nos políticos Petistas da chapa, pois conseguiram emplacar 54 deputados enquanto o PCdoB teve que se contentar com 9.

Vivaldo Barbosa – O Brizolista saiu do PDT por divergências no partido. O advogado esteve com Leonel Brizola e dedicou sua vida defender o Trabalhismo, desde que Lula foi preso em Curitiba adotou a bandeira Lula Livre, o que é interessante por que a blogesfera petista vende com se ele ainda tivesse ligações com o PDT, só que o político há muito tempo defende o PT, assinando o manifesto contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016. Já em 2018, tentou se eleger Senador pelo Podemos e não conseguiu se eleger para cargo. Lembrando que os Senadores eleitos foram Arolde de Oliveira e Flávio Bolsonaro que surfaram no Antipetismo. Os próprios petistas fingem que não há um ranço contra o PT e os que fazem parte do seu entorno. Dos exemplos citados no texto, se tornaram vítimas ou provedores involuntários do Antipetismo. Não precisa ser analista para se dar conta que foram vítimas do Monstro que eles alimentaram.

Voltando para o caso do Vivaldo, é deveras interessante que ele no seu perfil numa rede social tece loas para PT e o Lula e quando você vê os comentários tem um monte de eleitores do Ciro Gomes contestando cada propaganda que ele faz do PT, além dos pedetistas que o chamam atenção a respeito da postura que ele tomou nos últimos tempos. Ele e o Brizola Neto são aqueles que acabaram vestindo essa camisa por causa das divergências que tiveram no PDT. Numa outra conjuntura apoiariam outro candidato que fosse opositor ao PDT. Estão unindo o útil ao agradável, pois o Lula é um puxador de votos. A bancada dos 55 deputado federais eleitos do PT fizeram campanha atrelando sua imagem ao Lula e conseguiram mandatos de 4 anos em Brasília.

E o Ciro, hein ?

 

Uma das ferramentas da política é jogar para torcida. Lula e PT fizeram aí um Carnaval ao chamar esses políticos que se encontram numa curva descendente visando minar a candidatura do presidenciável Ciro Gomes. Só que o Feitiço pode ser voltar contra o Feiticeiro, se essa chapa de “Esquerda” for consolidada, o Velho Professor de Direito não será o candidato da Esquerda Cosmopolita do qual o povo nutre asco e aversão. Lula pode tá fazendo um favor para o Ciro e outros candidatos que virão disputar as eleições presidenciais aglutinando a Curva do Rio da política. Essa chapa, dependendo de como estará a economia do Brasil pode até impulsionar até a campanha para reeleição de Jair Messias Bolsonaro. Triste dizer que o Lula não tem projeto de Brasil e sim Projeto de Poder.

Autor do Texto: Rafael Cândido – Mestre em Ciência Contábeis


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