Mundo amplia investimento em ciência; Brasil vai na contramão

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EUA e China respondem por 63% da expansão.

Os gastos globais com ciência aumentaram 19% no mundo entre 2014 e 2018. Mesmo sem dados consolidados, a tendência foi reforçada nos dois anos seguintes, em razão da pandemia. Entretanto, a expansão da valorização da ciência é desigual. Apenas dois países representam 63% desse aumento: Estados Unidos e China. Enquanto isso, quatro a cada cinco países destinam menos de 1% do PIB para os setores científicos, mostra matéria da RBA.

Os dados são do novo Relatório de Ciência da Unesco, o órgão da ONU para o progresso das ciências, educação e organização cultural.

A porcentagem de investimento do PIB brasileiro em ciência (1,26%) é inferior à média mundial de 1,79%. E, na contramão da tendência mundial, vem caindo desde 2014. O orçamento da área de Ciência e Tecnologia em 2021 reduziu a R$ 23 milhões os recursos para fomento pelo CNPq.

Além disso, o Governo Bolsonaro aprofundou o contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que prevê uma arrecadação de R$ 7,1 bilhões para 2021, destinando apenas R$ 240 milhões para as ações de fomento da Finep e do CNPq.

O investimento em tecnologia nos países emergentes vem sendo puxado pelo Sudeste Asiático, que teve expansão de 2,03% para 2,13%, impulsionados especialmente por Tailândia e Vietnã. No Oriente Médio, os Emirados Árabes Unidos iniciaram uma forte expansão da ciência, que inclui o envio de uma sonda para Marte. O gasto do PIB do pequeno país em desenvolvimento foi de 0,69% para 1,30%.

A América Latina seguiu uma tendência de redução nos investimentos em ciência. O continente foi de 0,73% para 0,66%.

No topo do ranking, a Alemanha, com 3,09% do PIB destinado ao desenvolvimento científico; Japão (3,26%); Coreia do Sul (4,53%); Israel (4,95%); e os Estados Unidos, com 2,84%, mas de um PIB de mais de US$ 21 trilhões.

Outro índice presente no relatório é sobre a quantidade de pesquisadores atuantes nos países. Neste quesito, o Brasil tem média de 888 pesquisadores por milhão de habitantes, número que se manteve entre 2014 e 2018. A média mundial é de 1.368. Na América Latina, destaque para a Argentina, com 1.192, entretanto, ainda longe das maiores potências científicas do planeta.

A União Europeia concentra 4.069 pesquisadores por milhão de pessoas, e fica atrás, como bloco continental, apenas da América do Norte, com 4.432. No topo do ranking, Coreia do Sul, com 7.980; Nova Zelândia, com 5.578; Alemanha, com 5.212; Japão, com 5.331; Estados Unidos, com 4.412 e Canadá, com 4.326.

Com informações Monitor Mercantil


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