VICENTE PORTELLA: UNIÃO E UNIDADE

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União é, segundo a constituição, a organização da unidade político-administrativa da república, é a estrutura funcional do país, que se espalha por todo o território nacional com o objetivo de atender as demandas da sociedade. Não atende, é verdade. Já há alguns anos nossos governos atendem mais aos interesses estrangeiros que aos nacionais. Mas é pra isso que a UNIÃO existe, para servir ao povo.

Na verdade, no entanto, a ideia de união vai muito além disso. A união, ou pelo menos o sentimento de união, reside na alma humana. Trata-se de uma necessidade atávica de interagir para sobreviver. Mais ainda, na melhor das conjecturas, para viver e ser feliz.

Socialmente falando, a união se dá primeiro entre pessoas, numa busca natural de compartilhar desejos, caminhos, necessidades, esperanças, sonhos e, principalmente, afeto, além de uma carrada de outros sentimentos.

A união dos casais gera mais e mais pessoas na medida em que proporciona a depuração dos sentimentos a partir do convívio, sendo a responsável pelo surgimento da organização social em seus primórdios.

Em última análise, é o amor entre os casais, portanto, e sua consequente união, o responsável pelo desenvolvimento das famílias, das relações entre amigos, dos núcleos sociais e do povo, como um todo.

Na sociedade moderna, no entanto, quando se trata de povo, a união, ou unidade, é boicotada o tempo todo. Sobretudo pelos interesses econômicos e financeiros que funcionam, em analogia à união dos casais, como uma espécie de vizinha faladeira que insiste em promover a separação.

Mas precisamos compreender que só quando há a combinação de esforços e de pensamentos dos membros de uma sociedade para o desenvolvimento e defesa do interesse comum, temos uma verdadeira nação. Só a união dos cidadãos e a unidade de ações e sentimentos, objetivos e subjetivos, é capaz disso.

Essa união política de um povo, racional e emocionalmente, deriva daquela união primitiva entre pessoas, entre casais. Por isso é necessário entender que para que a promoção da união, ou unidade, desse povo ocorra é fundamental que estejam presentes a razão e o sentimento, de mãos dadas, estabelecendo o equilíbrio.

É necessário um projeto claro, definido e factível, baseado em fatos, números, fatores e dados. Um projeto de desenvolvimento capaz de ser absorvido tecnicamente pelos pensadores do país e posto em prática a qualquer momento.

Mas é necessário também um bocado de paixão, de disposição para se dedicar a uma causa coletiva. É necessário despertar nas pessoas um sentimento de solidariedade em relação ao outro. Ao colega, ao amigo, ao vizinho, ao irmão.

É necessário dedicar ao país o mesmo amor que se dedica à pessoa amada, abraçar o outro com o braço forte, como se fosse um irmão.
É necessária a união entre pessoas, entre gente, entre seres humanos e unidade de sentimentos e pensamentos, para transformar esse país em uma grande nação.

VICENTE PORTELLA


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