O impacto das mortes por Covid na renda

SP - CEMITERIO DA VILA FORMOSA COVID 19 - GERAL - - - - CEMITERIO DA VILA FORMOSA COVID 19 - Vista das covas do cemitério da Vila Formosa na zona leste de . 02/04/2020 - Foto: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Por Marcos de Oliveira

Perda de vidas, que poderia ter sido reduzida, reduz rendimentos em R$ 11 bi por ano.

Juliana Trece e Claudio Considera, respectivamente analista e coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do FGV Ibre, realizaram um estudo preliminar sobre o impacto da pandemia na renda. Com base na média de rendimento e de anos de estudo dos brasileiros, calcularam quanto poderiam ter gerado de renda as 430 mil pessoas (à época do levantamento) que morreram de Covid-19 no Brasil entre março do ano passado e meados de maio deste ano:

– Entre as 216,6 mil vítimas entre 20 e 69 anos, a potencial geração de renda mensal é de R$ 492 milhões. São R$ 5,9 bilhões por ano.

– No caso das pessoas acima de 70 anos (211 mil mortos), o rendimento médio mensal real de aposentadorias e pensões a preços de 2019 seria de R$ 413,8 milhões. Por ano, são R$ 5 bilhões.

– Somados o rendimento mensal do trabalho das pessoas até 69 anos mais a renda dos idosos a partir dos 70 anos, chega-se a R$ 905,8 milhões. São R$ 10,9 bilhões anuais (0,4% da massa de rendimentos de 2019).

Um outro exercício possível, afirmam Trece e Considera, é calcular o quanto que essas pessoas falecidas ainda poderiam produzir e gerar de rendimento dada as suas expectativas de vida. As vítimas com idade entre 20 e 69 anos no Brasil teriam um rendimento total de R$ 182,6 bilhões até o falecimento.

“Muitas dessas pessoas poderiam continuar conosco caso tivessem sido mais bem informados, se alertados através de campanhas sobre os cuidados a serem tomados e da virulência dessa doença”, afirmam os pesquisadores.

Os autores fazem algumas observações, como o pagamento de pensão por mortes e as características dos trabalhadores, com alto grau de desemprego, subocupação e informalidade, o que afetaria essa conta. A coluna acrescentaria o impacto da recessão, maior do que poderia ter sido se houvesse esforços coordenados do Ministério da Economia. Com menor crescimento, menos empregos e menos renda.

Com informações Monitor Mercantil


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